quinta-feira, 17 de junho de 2010

Manipulando com clareza!




Eu leio você, pra mim, eu deturpo o conteúdo,  mudo virgulas,  altero antônimos,  incluo sinônimos,  abuso das exclamações, sumo com as interrogações.

Tenho um prazer surreal, ao ler-te. Você escreve para mim, mesmo quando leio no rodapé : - Não tome pra si!

Eu tomo, embriago-me, sorvo e verto algo exagerado!!!

Busco textos antigos, quando os novos não cabem meu pitaco,  arrasto o sofá e costumo levantar o tapete, sempre acho algo, que me cabe, serve, reverte!

Alimenta-me,  alimento-me ! De inanição, não parto .

Algo desesperador, hora dorme tranqüilo em seu berço esplendido, vez ou outra e mesmo vez em sempre, acorda me arrebata,  me inquieta, de forma tal, que os afazeres da vida, entram na fila.

Atrás, bem lá atrás.

Passional, desmedida, ardente, coerente à pulso. E o pulso, pulsa!

Já procurei vestígios de você em mim,  já me deparei com um acervo,  já já tenho medo de nada encontrar.

Valha-me meu São Perereco do Passa Quatro, Santo protetor das mulheres inquietas. Tenha pena de mim, livra-me desse cálice, mas não me deixe morrer à míngua!

Se não este, dá-me aquele.

Na falta dele, dá-me água. Rogo pela vida, ainda que sem suas letras, ainda que sem arremates meus.

Reescreve-lo é meu exercício diário, eu lhe edito, sem muitos porquês,  no entanto,  justifico ao fim, quando acredito no fim . – Ele sem mim, fica confuso, difícil de entender, prolixo, obscuro.

Chama-me de Lé, te reconheço como Cré !

Sei, não nego, os manuscritos originais são os que valem, mas à mim, vale a minha fantasia, meu sonho em te completar com maestria.

Te leio e meus dedos sentem-se aptos à falarem por si, são dez e os uso todos, a datilografia me deu essa autonomia!

Cristiane, não segurando os dedos e os sentimentos.

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