terça-feira, 25 de setembro de 2012

Primavera, chegou



A primavera chegou e eu, não  falei sobre ela.
Não à recepcionei, como de costume.
Não corri e abri a porta, não fiz festa, me fingi de morta.

Eu que espero ansiosamente, por sua chegada.
Planto sementes, águo...busco sombra ...
Não lhe dei boas vindas, estava ocupada.

Debatendo-me com meu egoísmo.
Ocupei-me em recolher, as folhas secas do outono.
Preocupei-me em saber se meu tronco,  ainda tinha vida...
... andou tão ressecado, tão ressentido...

Hoje acordei e vi que ainda é tempo...
Quero reverenciar a estação do ano, que mais me sinto florescida.
Que eu renasça...em cores, bela e de amor embevecida.

Cristiane, florindo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Incompatível...




Se me queres igual, sinto por mais que eu me esforce, não chego à isso.
Tenho crenças, porém,  muito mais descrenças.
Penso antes, durante e depois...

Falar e expressar  minha opinião, é inerente à sua razão!
Se não se pré dispõe a me ouvir, como me saber?
Se não queres nem  mesmo saber-me, será desnecessário ter-me.

Que a volúpia e o desejo, tem seus dividendos.
Necessito concretizar...
Prometeu, cumpra... pague o preço.
Se falo demais, cale-me com teu beijo!


Cristiane... falastrona.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Jogo...



Para que dê certo, esta parceria...
Eu cedo um tantinho, você retrocede um pouquinho.
Você me ataca, eu reajo.
Eu corro, você me abraça.

Impressionante, desta vez eu não levo cartas nas mangas.
Meu blefe, não esta sendo aceito.
Meus toques, não estão sendo entendidos.

Existe sim uma jogadora nata, em mim.
Talvez  em férias...?
Permanentes... ?
Ou me testa, rindo-se de mim ao longe.

Debato-me minuto a minuto, rodopio, digito, surto!
Estou sem diretriz,  me perdi.
Não sei em qual tempo do jogo, me encontro.
Hoje perco-me, desencontro.

Cristiane, na jogatina !

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Acalorada



Trago uma ruga na testa....
Uma feição introspectiva, para o momento presente.
Chega-me o passado em avalanche.
Trás o presente em discordância, um futuro prometido e claro, não cumprido.

Chego a sufocar, sou adepta de tempos quentes.
Gosto quando arde, quando queimo.
Incomoda-me a fumaça, que teu alarme propaga.

Vai chegar, chegue, mas não se achegue muito.
Aproxime-se somente o necessário,  suficiente para não causar maiores danos.
Após a convalescência dos últimos tempos, fraca me sinto, quando forte me acho.


Foi difícil reerguer-me, complicado manter-me.
Calcule  ceder!
Vem furacão, envolve, aperta, dilacera, mas poupa-me da opção de não sucumbir-me.
Se ficar em minhas mãos, não sinto em dizer...
Elas não irão de encontro às suas!


Cristiane, quente.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quente


Para que não haja, dúvidas.
Para que não se tenha, ressalvas.
Para que não sejam  lançadas, polemicas.
Para que não entre para a história.


Recuso-me.
Não darei explicações.
Não aceitarei, questionamentos.
Basta, que eu me entenda comigo.

Vale a pena citar, que obedeço meus desejos.
Algumas vezes, reluto, brigo, até porque ...
... os prevejo.

Hoje bailo, não muito confortavelmente, cantarolando....
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas...aprendendo ...


Cristiane, fervendo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ai de mim...




Hoje acordei rezando, pedindo, rogando.
Em verdade, foi acidental.
De modo súbito fui atropelada abruptamente, por sentimentos.
Acreditando estar imune, abri a guarda, me encontraste desarmada.


Hoje acordei, sonhando, soluçando, agonizando.
Como dominós enfileirados, um toque em apenas um...
Deu-se a danação, deu-se a sobreposição.
No campo seco, ressuscitaram os enraizados, brotaram outros tantos, mais ousados.


Hoje acordei,  enferma, acamada, amada.
Adentrei o vale dos quem amam em vão, pela entrada de emergência.
Ainda na maca,  tentei manter a consciência, fiz menção de ergue-me...
Tonteei, bambeei, te liguei.


Cristiane, estremecida.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Viva em mim!




Suspirando aos quatro cantos, aguardando um respaldo, um acalanto.
Propagando ao vento,  no intuito que ele leve  o peso, que trago aqui dentro.

Comungo Neruda, como ele, tenho um amado, que eu não o ouço e ele não me escuta.
Exalo Drummond, amo com a simplicidade com que pisco e a complexidade com que meu sangue, alimenta minhas artérias.
Como se pouco fosse, trago... gole à gole,  Florbela Esperanca.

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que 
nem mesmo eu compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!Florbela Espanca

Quando me pego, recorrendo aos meus Heróis ...temo.
Temo por mim, chego a temer por ti.
Para  incomodá-los... já alguns caminhos percorri.
Já devo, sem perceber, ter perdido o sono, revirado-me em meu leito, até quase desfalecer.
Meus olhos já devem ter marejado, até transbordarem... Tudo isso, sem eu perceber.

Se a luz vermelha acendeu, é hora de entender.
Se o alerta, foi dado, é hora de me render.
Que venha, o inesperado.
Que me chegue, VOCÊ!

Cristiane, vivendo impasses.