quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

 




Meu sertão, virando mar.

 

Hoje, houve transbordo, romperam-se adutoras, barragens, aqui pelo meu interior.

Meu agreste, inundou.

Meus olhos não suportaram, minha alma, soltou a mão do meu raciocinar.

 Sentimentos se largaram, eu me soltei.

Hoje e talvez só por hoje, eu chorei de uma forma sublime. Chorei rezando, agradecendo.

Derramei-me, em gratidão.

Foi libertador, por que eu sei a diferença...

Já chorei tão desrespeitosamente, de dor, amor e desamor.

Por sinônimos e antônimos, côncavos e convexos. Tão despercebidamente, por birra, raiva, rancor.

Mas hoje não...

Hoje servi no cardápio: Proteínas, lipídios e mucina, tremi na pitada, ficou tudo tão salgado.

Deu-se uma pororoca, de dentro para fora aqui, uma enxurrada de sentimentos represados.

Não tentei resistir, não lutei contra, tanto eu quanto minha maquiagem, fomos à forra.

E foi tanto agradecimento, que só agora, envolta em lenços e suspiros, me dei a real conta.

Sou grata, ainda que aos prantos.


Cristiane, em transbordo.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Estamos!!!

 





Nos olhávamos, mas não nos víamos.

Convesavamos, mas não nos ouvíamos.

Em algum momento, que não era o meu, que  não era o seu.

Uma chave virou, algo se deu. 


Não almejávamos, um ao outro, não nos sonhamos, nem pedimos. 

Muito menos, nos planejamos. 

Foi no tempo de Deus. 

Acatamos. 


Teve a euforia do inicio, o Tesão do princípio. 

As dúvidas, da falta de costume. 

A luta, de seres humanos diferentes, optando por uma união. 

Por fim, o Eu quero, Você também, porque não?


Como os Nãos, eram inúmeros, optamos  por transgredir. 

Já que não dá, demos. 

Já que não condiz, fizemos. 

Já que não  ia, fomos.

Estamos  e nos amamos. 


Cristiane Gonzaga, mexida com os nossos 2920 dias!


sábado, 29 de maio de 2021

Egocentrismo.

 

Egocentrismo.

 


Falei bastante, como é de costume.

Ainda assim, eu tinha tanto a lhes dizer.

E, se foram sem ouvir os meus mais agudos gritos. ( do meu choro por perde-los).

 

Ri tanto, foram gargalhadas inúmeras.

Mas, eu ainda tinha tanta felicidade, em mim para com Eles.

Rio com as lembranças, choro com a falta.

 

Estivemos juntos, na melhor forma do estar.

Da melhor, maneira que pudemos.

Deu-se o tempo, e não os tenho mais.

 

Eu que sempre transbordei, que pouco espaço deixe em stand-by.

Tenho hoje um oco em mim, até eco faz.

Ouço vez ou outra: Vivem, mas nesta vida, não nos veremos mais.

 

Cristiane, egocentricamente falando sobre suas perdas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 

Trancafiada na Pandemia.




Era uma questão, maior que meus desejos.

Aqueles, que tenho, vez em quando.

E quando em vez, exponho, recolho, tranco-me.

 

A decisão, tinha que ser unanime.

Nada tinha a ver, com minhas fases de introspecção.

Meus sentimentos egoístas, não puderam estar em voga.

 

Eu que muitas vezes, me recolhi, para renascer.

Fui obrigada, a me encolher!

Para que eu e os meus, pudéssemos viver.

 

Cristiane, relatando a pandemia.

 

 Tempo, tempo, tempo!


Faço um acordo contigo...

É nítido, que não ornamos.

Não somos compatíveis.

Não nos damos.

 

Existe um ranço, mútuo.

Um fuso horário, desencontrado.

 Onde nossas opções foram discrepantes.

Quando eu lá, você cá!

 

Entendendo, que não vieste para me servir.

Entenda que, não vim para lhe ser subserviente.

Ainda que não me favoreça.

Por gentileza, não me atropele, não me enlouqueça.


Cristiane, Obrigada, de nada.

 Ponta dos dedos.


Hoje, senti um formigamento na ponta dos dedos.

Queria ser dada à arrepios, para entender minhas intuições.

Mas as minhas, me chegam assim:

Ardendo, minhas mãos.

 

Fez-se um tempo, muito longo.

Deixei, deu-se um intervalo gigante.

Um espaçamento, avassalador.

Não escrevi, não descrevi minhas vitórias, minha dor.

 

Entendo que é tempo de renovação.

Mas tenho um comunicado, meu caro leitor.

Tenho um passado, passado, não publicado.

Sentimentos, sentidos, não digitados.

 

Cristiane, sentindo pelas pontas dos dedos.


quinta-feira, 16 de abril de 2020

QuarenTema.







Quarentema!

Atípico e inusitado, esse meu mês de aniversário.
Um Abril, nunca antes visto e vivido, na história deste País.
Ariana em isolamento pessoal, sem ser opcional.

Quem me diria, quem nos diria...
 Quem me dirá?
Ariana sem tumulto, fervo, festa, vucu vucu.

Ariana, mantendo distância, por precisão?
Tendo que escolher, pessoas, por imposição?
Coisas que sempre fiz, por diversão!

Se era para ser castigo, após as chibatadas.
Não esqueçam a salmoura.
Ou, sou capaz, de me acostumar.

Viver em isolamento.
Achar graça.
Sozinha, bailar e cantarolar.

Cristiane, quarentenada.