quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dias gélidos



Não fosse o tempo colaborando, não saberia como me definir.
Faz-se frio em mim.

Há que se ter algo à se apegar, desculpas à dar.
Sinto-me fria.

Entro-me e esse imenso vazio, faz com que o vento circule.
Circunde-me.

Ventania, das devastadoras, daquelas  chegadas do leste.
Tornados em espiral.
Leva-me tudo, que me dera a dor, esse mau.

Em vão, tento aquecer-me, de dentro para fora, zero grau.
De fora para dentro, oco sentimental.


Cristiane, gélida.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Adolescência tardia.


 

Estou apaixonada.
Só pode ser, é uma inquietação sem medida.
Uma hora tudo está tão rosa, depois bem cinza.

Toda hora, tenho que afastar você dos meus pensamentos.
Balanço a cabeça, como se estivesse te derrubando da minha mente.

Um “ oi “ seu, abre um leque de possibilidades em mim.
Crio situações, rebusco palavras, evito palavrões.

Leio, viajo, converso, mas só você é meu assunto, só você é minha manchete.
Por mim, ficava o dia todo olhando sua foto, te adjetivando.

Acho que o processo agora é aguardar.
Se bem me lembro...funciona assim:
Vai levar mais um tempo.
Vamos nos beijar.
Eu vou pra cá.
Você pra lá.


Cristiane, tentando lembrar como é!

Entregue




Vou tentar não tomar decisões, neste momento.
Vou me recolher, ouvir música, ler, buscar algum acalento.

Tem um bichinho, em meu coração fazendo ninho.
Um desassossego, inebriante.

Estou me analisando e conseguindo não chegar à nenhuma conclusão.
Penso em pedir socorro, mas seria em vão.

Se perguntarem o que me falta, talvez me falte a voz.
Acredite, não sei não.

É tanto vazio, que o eco ressoa forte.
Uma ausência sentida, doída, sofrida.

Emaranho-me nessa teia tênue.
Querer e não ter.
Ter e não manter!

Cristiane, realmente perdida.




Não sonhei com você...



Juro que tentei.
Antes de deitar, revirei o baú de fotos.
Vi uma a uma...
Quase chorei.

Fui até sua gaveta, vazia...
Nenhum pijama, nenhum par de meias.
Quase chorei.

Sabe aquela gargantilha, que você me deu?
Mesmo com roupa de dormir, fui lá  e coloquei.
Olhei no espelho, me veio lembranças, algumas boas...
Quase chorei.

Deitei-me...
Na gaveta do criado mudo, peguei aquela venda.
Aquela que vivi com ela, a maioria do tempo que fiquei com você.
Sim, aquela que me livrava da possibilidade de ver.
O que poderia me obrigar, a livrar-me de você.

Adormeci.
Não sonhei com você.
Quase chorei.

Cristiane, quase chorando.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mais que isso...



Que a vida seja, mais que isso.
Mais que promessas, mais ou menos cumpridas.
Mais que verdades, induzidas.

Mais que,  indiretas dirigidas.
Desculpas, ao léo deferidas.

Que, predomine as verdades.
Opto por dores verídicas.
Saber-se há, pelo que sofrer.

Que faça-se realidade, o nosso desejo.
Faz-se necessário entender...:
Importa-me, o meu querer!

Deseja-se um tanto mais de cuidado.
Um pouco mais de atenção.
Um olhar mais específico, jamais menos ousado.

Cristiane, desejando mais.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Trato.



Façamos assim, atravesse a rua.
Eu finjo que não te vi!

Só responderei o que me pergunta.
Prometa  não caçar assunto.

Não me atenda na primeira, chamada.
Eu vou me esforçar, para continuar dizendo não.

Se por acaso não agüentar, peça desculpas e pode desligar.
Prometo não questionar.

Vamos nos esforçar.
Longe esta difícil...
Mas perto, pode piorar!


Cristiane, tentando.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Parte Oito ( de coisas à te dizer)


 

Deixe-me quieta, não faça alarde.
Acredite meu peito, ainda arde.

Agora que tenho paz.
Não perturbe, não ouse, não me tente.
Ainda, estou em reconstrução.

Nada que me diga, será relevado.
Nada, do que você  não consiga, será perdoado.

Se procura motivos, posso dar-lhe muitos.
Mantenha distância, acredite em mim, é mais seguro.

Arme-se com toda a coragem que teve de ir.
Defenda-se de mim, com toda a covardia que teve, quando decidiu não ficar.

Cristiane, com a ferida aberta