quarta-feira, 27 de abril de 2011

Devagar, Divagar Ou De Vagar * Paulinho Moska*


Foi bom me avisar
Que a ponte estava livre
Mas não era fácil atravessar
E lá foi bom me despistar
Mas seu mapa era tão lindo
Que eu não consegui me desgrudar (me desgrudar)

E se ainda não cheguei
É porque gosto de parar
Em cada esquina devagar
Pelo caminho que me leva
Até você me encontrar

A um passo de acertar
O tempo das sementes
Que já começaram a brotar
Então vá, vá colher e abraçar
Que as flores estão vivas
Perfumando a casa em que vamos morar (vamos morar)


E se ainda não cheguei
É porque gosto de parar
Em cada esquina devagar
Pelo caminho que me leva
Até você me encontrar

Me espere pro jantar
Tô indo com amigos
Por quem acabei de me apaixonar
Me dá, vontade que me dá
Saudade que só passa
Tendo eu e você no mesmo lugar (no mesmo lugar)


E se ainda não cheguei
É porque gosto de parar
Em cada esquina devagar
Pelo caminho que me leva
Até você me encontrar

Gosto de parar
Em cada esquina devagar
Pelo caminho que me leva
Até você me encontrar (devagar)


*Paulinho, me parece que estou à um passo da semente , germinar*

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Santo lá de casa é porreta.




Ele não dorme, tem vezes que tira um cochilo.
Sorte minha ele ser do sereno.
Assim posso contar com ele, em todos os momentos.

Está à disposição em tempo integral.
Ele é quem me socorre, nas horas mais difíceis.
Para que nas horas não tão difíceis, possamos tomar uma juntos.

O Santo lá de casa faz mais que milagres.
Mais que matar a cobra, ele mata um leão por dia.
Me apóia quando engulo sapos e bate palma quando, já digeridos eu os cuspo fora, com maestria.

Sou devota do Santo certo, não desmerecendo os outros, mas esse me merecia.
A gente se entende é fato.
Quando se desentende, termina virando folia.

Não é tudo que eu concordo nessa vida.
Mas por ele, acato a maioria.
Sou bem esperta, não contrariaria.

Ele é sábio, diz suas verdades e termina me ajudando nas minhas.
É falador, mas tem voz macia.
Não vem aqui para julgar, mas palpitar, faz não só a sua, mas também a nossa alegria.

Nunca me deixa na mão.
Rezo com e para ele todos os dias.
Que tenha cada vez mais luz, que possa dividir seu conhecimento com quem lhe dá valia.

É querendo me gabar sim, o Santo lá de casa, olha muito mais por mim.

Cristiane, homenageando.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Um dia antes de amanhã.


Amanhã quando eu acordar , já terei re-nascido.
Quero flores na porta, banda na rua,passeatas, gente gritando, aplausos, sorrisos.
Festejem-me!

Vão ter pessoas que, estiveram à minha espera .
Alguns por muito, outros por pouco... tempo.
Vou chegar fazendo festa, anarquia, reverenciar a boemia.

Não tenho um roteiro, mas me parece que primeiro há de ter lágrimas.
Sem bem saber o porque, logo após, gargalhadas.

Penso em chegar sem muita modéstia, afinal é meu dia.
Talvez esteja com roupas combinando, o que deve chocar é o toque-toque do salto não ter mais o mesmo som .

Terão coisas que amanhã, não abrirei mão.
Bolo, bexigas, abraços, olhares e palavras que caberão só à mim...
Então, amanhã.
Quero brigadeiro, ovo de páscoa com data de validade prolongada, quero ter certeza amanhã, que pouco do meu muito, me falta.

Que me baste o caminho que eu percorri, que me Valha Minha Nossa Senhora da Chegada.

Amanhã será dia de muito rimel no olho, um forte batom.
Lencinhos para algumas lágrimas, muita disposição.
Há de se findar, o inferno do meu astral.
Amanhã é festa é folia, por favor não se contenham, não me segurem não.

Tenho planos de futuro, mas hoje só penso em amanhã.
Dia de comemoração, de festa interna, realização.
Hoje me permito rimas pobres, amanhã não!

Amanhã, eu faço umas contas, daquelas que as vezes nos leva à uma pequena introspecção, mas se necessário for, roubo no resultado, nada de déficit,amanhã não.

Quero amanhã, muito mais que hoje.
Se lhe pareço ansiosa, calcule-me amanhã.
Hoje sempre será mais difícil, que amanhã.

Cristiane, aguardando amanhã.

Ne Me Quitte Pas * Edith Piaf*


Me dirão é muita resignação, lhes direi...
Nada tenho à dizer que possa agregar, acho desnecessário ser redundante.
São muitas interpretes, mas Edith Piaf, me toca.


Ne me quitte pas

Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'aprè ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vue deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas


Cristiane, enveredando-me.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Represando.



Passei o dia invadida, por um calor, um ardor, um tudo.
Passei o dia, exaurida, pelo cansaço, pelo excesso, pela falta.
Passei o dia, enjoada, chatinha, encruada.

De manhã, quase não levanto.
À tarde, quase não vou.
À Noite,quase não volto.

Nesse intermediário, não me chegou eco.
Nada, ouvi, nada vi, nada toquei.
Que eu quisesse .
Que me abastecesse.

Noves fora, tudo no seu eixo.

É sabido, que minha vida não é só amor.
Tenho também 30% de água no corpo.
Ciente estou, que a vida é mais que isso.
Mas hoje, muito disso não me transborda.
O excesso me faz falta.

A outra porcentagem dessa minha vida, já foi raiz quadrada, hoje domino a equação.
Amém, aprendi separar sentimento de ação.
Algumas fantasias, ainda se realizam.
*Socorro alguém me dê um coração, que esse já não bate, só apanha*( A. Antunes)

Passou-me o dia, com lamentações.
Passou-me o dia, com frustrações.
Passou-me o dia, angustiado.
Passou eu, passo à passo, seguindo, escolhendo ainda um lado.

Escancarar seria uma opção.
Gritar, esbravejar, abrir o bocão.
Digitar sentimentos, ressentimentos, fofocas, novas informações.

É tanta falta no trocar, que eu opto por dizer : - Não!

Valei-me meu São Judas Tadeu da Garganta sem amídalas, olhai por esses gritos que eu represo.

Cristiane, passando alguns dias.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desconexa.


Meu corpo me trai.
Tem reações, que não estavam no scripit, que não eram esperadas.
Que me deixam em verdade, desesperada.

Abalo-me.
Desestruturo-me.
Revolto-me

Dizem que o tempo, apaga, aplaca, mentem pra mim.
Viver vulnerável, nunca foi um plano meu.

Não controlo meus pensamentos, vez ou outra não controlo meu corpo.
Não teria como controlar os dedos.
O descontrole me chama, toma e devolve-me em cacos.

Resta-me juntar um a um, colar meus restos, no intuito de inteira, ainda que craquelada, seguir.

Ainda me pesa a sensação de não terem cuidado comigo, faz-me triste, constatar que nada se altera.
Difícil digerir, palavras que me fogem da mente, ações que me abandonam, dentre tantos abandonos subseqüentes.

Sem muitos questionamentos hoje, apenas voltando ao eixo.
Aquele mesmo eixo, que demorei tanto à encontrar e que despenquei à pouco.

Cristiane, não juntando lé com cré.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A carta de amor, que não escreverei.


Eu não escreveria, uma carta de amor.
Eu não, jamais eu.
Seria démodé, fora de propósito, sem nenhum porque.
Já me dei o direito de rascunhar poemas, transcrever citações e até plagiar ações.
Mas carta de amor, recuso-me.
Acho perda de tempo, elas nunca são entregues, recebidas, lidas, não, não e não .
Nunca seriam entendidas.
Ficaria uma carta em vão, sem respostas, sem reação.
Não escreveria algo, para ir parar em um baú com pátina, a ser aberto após minha ida.
Eu não!
Abro mão!

Acho Até louváveis, mas ficam apenas como recordação.
Eu não.

Não por ti, porque pra ti, já doei tantos sentimentos, que estas poucas linhas, seria aperitivo bem vindo, sempre.
Por todo o tempo que nós tivemos e por todo aquele que jamais teremos, há quem diga que fazia-se necessário esta carta.
Eu não.
Não sinto por não escrevê-la, julgo ser redundante, descrever o quanto me fizeste feliz, exceto nos momentos que me permiti estar infeliz.
Pontuaria a falta de planos juntos, contabilizaria o excesso de sintonia, mesmo separados.
Faço bem em não escrevê-la, beiraria à fascículos, ficaria cansativa, me levaria à exaustão, como tantas vezes me vi exaurida, quando seu corpo deixava o meu.
Desnecessário seria escrever, sobre a falta que não me fazes hoje, em conseqüência do excesso de amor que senti por ti... ontem!

Esperem uma carta de amor de outra pessoa, minha não!

Cristiane, recusando-me à escrever, uma carta de amor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cotidiano.



O relógio despertou, uma, duas, três,  então despertei.
Fiz xixi, subi o short do pijama e não me lembro de ter lavado as mãos.

Fui até a cozinha fazer, não sei o que.
Estiquei-me na área de lavar, pra pegar não lembro o que .
Liguei o rádio, cantarolei um refrão baixinho, que dizia algo parecido com :

Pode sorrir se quiser
Que eu não vou me incomodar
Sei que contra a maré
A gente não pode remar

Agora pouco descobri que era, Martinho da Vila, lá em casa, dando-me bom dia.

Saí do banho e perdi como de costume, minutos preciosos à frente do guarda-roupa, blasfemando e sussurando injúrias, contra meus ímpetos de consumo sem propósito.
Tantas peças e nenhuma, que me valha nesse momento crítico.
- Meu Caro Noel Rosa, padeço do Teu mal e alio-me à Ti no Teu mais sublime questionamento: - Com que roupa eu vou?!
Pois é, filosofei cedo.

Lembro-me que cheguei à ir ao quarto umas dúzias de vezes, o que não me vem à mente, foi o que fiz lá.
Realizada com a quinta troca de roupa, quis olhar no relógio, mas não pretendia me irritar antes da hora, faltava-me calçar a alma e então eu poderia sair.

Abri a sapateira.
Desarrumada, cores misturadas, bagunçada, cheguei a cogitar, cancelar os compromissos da manhã para resolver aquele grave problema.
Ainda não posso me dar à este luxo, o dia que puder, talvez eu pague alguém para tal.

Um alto,  um baixo, duas voltas manquitola na frente do espelho, nenhum!
Peguei um de salto médio confortável, mas não ao ponto de desmerecer a veste.

Um batom cor de nada, um rímel nos poucos cílios que me pertencem.
Por fim, uma flor no cabelo, querendo que só ela me bastasse o dia inteiro.

Cristiane , achando que certas frescuras me são comuns demais.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dia das inverdades...

Primeiro dia, do inicio do Mês , que abre as portas para o denominado, aceito, tomado, consagrado e batizado, inferno do meu astral.
Confesso: Esse tempo em mim, iniciou-se antes, bem antes, chegou de supetão, adiantou-se. Já vinha eu , pré sentindo-lhe, re-sentindo-me.
Não nego, que não me pegou de calças curtas, já tem algum tempo, que passo o tempo, me preparando para sua chegada. 
Diriam-me, masoquista por escolha e eu não questionaria a denominação. Ainda que não exista a coragem de me perguntarem, eu digo, tenho um não sei que de morbidez com pitadas exageradas de lucidez. 
Mistura-se tudo em recipiente amplo, após untar o refratário, vai-se ao forno por longas datas. Sirva-se harmonizando com um Malbec (maduro) à 16 graus. 
Pós, banquete, fica-se o gosto amargo por ter-se enredado por alguns pecados capitais. Aconselhamos uma soneca , e só.
Reviro-me com o astral enfim , infernal. A agenda me avisa que, nada será à prazo, que não terei muitos momentos para reflexões, as ações, mandam avisar, que se fazem presentes e chegam dominando . Escancaro-me subserviente, deixo que chegue, o que conseguir à mim , chegar. Feliz Mês Novo. Cristiane,receptiva.

À propósito...


A inquietude hoje, apaziguo-se!
Ontem ao me recolher, eu era toda alvoroço.
Rezei, fiz o sinal da cruz, requisitei sossego ao meu já tão cansado coração.

Ainda lembro, de debater-me um tanto.
Foi um som quase inaudível, mas ouvi, juro que ouvi, travesseiros caindo, ursinhos se jogando, lençol emaranhando-se.

Salve os exageros, meus exageros.
Travou-se uma guerra, naquele leito, ontem!
Chegou a me passar pela mente, que hoje teríamos passeatas, algo se diria no noticiário da manhã.
Surpresa, para minha surpresa, a chuva que tanto adivinhei ontem, não chegou hoje.

Calmaria se fez, ousaria dizer, que após algum tempo, ainda ouvi passos, nas ruas do condomínio.
Adormeci.
Adormeceram em mim, a impaciência, resquícios de dúvidas, incômodos amplos, indagações, sentimentos que se valem de um piscar de olhos mais ou menos demorado, para abocanhar a minha tão prezada, tranqüilidade, hoje sem tremas.

Bom dia!

Cristiane , com propósito.