terça-feira, 29 de julho de 2014

Logo, logo...


Logo eu, que sempre quis e precisei...
Estar aprisionado, acorrentado.

Logo eu, que jamais pensei em verificar o cadeado.
Que nunca me mexi muito, com medo de ser liberta.

Logo eu, que me abstive de qualquer questionamentos.
Estar preso era convicção, jamais imposição.

Logo eu, que me acostumei fácil com esse cativeiro.
Que fazia dele, meu oxigênio.

Logo eu, que implorei por não ter direitos.
Estar em você, ter-te em meu leito, era meu sustento.

Logo eu, que sem você, não me reconheço.
Que sem seus mandos e desmandos, não valho nada, não tenho preço.

Logo eu, tão adaptado à esse sentimento, à esse cabresto.
Me vejo, forçada à dar um basta, no que pra mim, nunca foi lamento.

Cristiane, só traduzindo o alheio.


Questionada.



Ando com questões, em aberto.
Com interrogações, em excesso.
Fico com a impressão que nada e/ou ninguém me abastece.
Lê-se na porta: Há vagas.

Como se todo aquele acúmulo de vida.
Hoje não me bastasse.
Como se toda aquela vida, acumulada
Tenha sido compactada.

Faz-se necessário, que eu me resolva.
Que atitudes sejam tomadas.
Que não seja opção o resgate de arquivos.
Nem mesmo o retorno ao passado.

Itens imprescindíveis...
Uma mochila nas costas... um cantil com água ardente.
Foco, força e fé...
Uma viagem...em mim...por dentro.

Cristiane, Virada.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Esqueceu-me!



Espaçaram-se as ligações.
As cutucadas...
Para o meu desespero...
Os arranhões.

Já não me procuras como antes...
Já não me achas, interessante.

Em algum momento, te fiz desistir.
Mas eu pedi tanto...
Tinhas que persistir.

Sou destas que fazem jogo.
Que gosta, de quem aposta alto.
Você me surpreendeu.
Desistiu, antes do começo.

Se tens suas razões...
Para seu conhecimento...
Que fique claro...
Não às aceito.

Cristiane, revendo a agenda.



quinta-feira, 17 de julho de 2014

Enferma.



Hoje, esperarei que você abra a porta do carro.
Que entenda meu sorriso, silencioso e de canto de boca como, um muito obrigada.

Por favor, hoje não me questione.
Estou gripada, logo, carente, quase obcecada.

Quando chegar, não acenda as luzes.
Não grite meu nome, não bata panela, chegue manso.

Acate meus desejos, repita-os se necessário for.
Me cubra de atenção, me encha de amor.

Deite sem fazer alarde, mantenha-se abraçado à mim.
Não me aperte...

Hoje eu estou doente, mesmo te querendo longe.
Preciso de você por perto!

Cristiane, gripada e enjoada


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Tenho muito dele...



Ainda acho muita graça, daquelas piadas sem graça.
Ainda corro, sem pressa alguma.
Ainda faço resumos, do que nunca entendemos.

Outro dia cozinhei, nem estava com fome.
Sentei à mesa, por luxo, queria mesmo assistir televisão.
Abri um bom vinho, que nem era tão bom.

Escrevi um texto muito bem elaborado, mas foi deletado.
Nada tem me feito feliz, mas tenho sorrido muito de tudo.
Dia destes me dei conta, que não ando, perambulo.

Não me julgue, eu gosto de manter o passado presente.
De olhá-lo com pesar, e dar graças à Deus, por ele não voltar.
Acostumei-me a não mais sofrer, mas ainda lembro de você.



Cristiane, meio, sei lá não sei.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Olhar ferino.



Em algum momento você se tornou, óbvio.
Obvio demais, para meus desejos fantasiosos.

Começou a falar, por falas de outrem.
Suas falas, já não te maquiavam, já não te escondiam.

Seu interlocutor exigiu, você mudou.
O engraçado nisso tudo, é que suas correspondências, não sabem disso.

Eu às vezes, eu disse, às vezes...
Reparo que derrubaram o prédio, o alicerce não se desfez.

Acho válidas, todas as tentativas de um recomeço.
Intriga-me, somente o fato, do começar novamente do avesso.


Cristiane, intrigada.