segunda-feira, 23 de março de 2015

Movi...mente...ação.



Quanto mais dói, quanto mais arde.
Mais me debato, mais mato, mais morro.
Quando a opção é aquietar-me.
Desobedeço.

Tento, finjo e  fracasso.
Paro abruptamente, freio.
Não reajo.

Paro o corpo, as ações, as intervenções.
A mente não.
O coração teima, em manter-se em ação.

Sem scripit, sem briefing, sem rumo.
De lá, para cá, de cá, para lá.
Uma enamorada, desajustada, em ação!


Cristiane, desorganizada.

Exponenciando.


...e se existe uma forma.
...uma fôrma...
Porque me negam o acesso?

Por falta de qualificação?
Tempo de casa?
Ocasião?

Tenho questões, em aberto.
Um peito fechado.
Um choro, largado.

Ai de mim, que pareço estar fadada ao desamor.
Ao não igualar de desejos.
Sofro, ardo, entristeço!

Ainda assim, com tanta busca.
Não me dão a dica, não me vem eco.
Ontem mantive a luta.
Hoje me entrego.

Cristiane, questionada à quinta potência.


Confusão em excesso.



Em tempos de inferno astral, tudo mexe comigo.
Mexo-me com tudo!
Contudo,  devo desconsiderar acréscimos, excessos.
Com dor no coração,  me desfazer das arestas, recortadas.

Como se faz isso, como descentralizar, abrir mão, liberar?
Logo eu, que gosto de juntar, acumular, acrescer-me!
Exercer o desapego, fazer da máxima...
Menos com Deus é mais, um mantra!

Tenho chorado tanto, que logo a desidratação se instala.
Tudo é motivo e todos os motivos,  levam-me ás tais lágrimas.
Choro por tudo e dou escândalo, pelo nada, que tanto me faz falta.
Faço bico, faço manha, faço gosto.

Ando assim, descompensada, enraivecida.
No dia seguinte, carente, quieta, comovida.
Passo horas, maldizendo sentimentos, credos e valores.
Outras tantas, só rezando e agradecendo, minhas ditas dores!


Cristiane, decompilando.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Recesso.



Eu estou de bobeira, eu não tenho o que fazer.
Aproveitando o recesso do meu,  sofrer.

Dei um tempo nos estudos, não coloquei leite para ferver.
Agenda cancelada, estou sem hora marcada.

Não coloquei o endereço no gps.
Tudo bem eu me perder.

Meu nome não está na lista.
Se eu não for, se não  chegar, não preciso explicar.

Fui obrigada à parar.
Me achar.
Para recomeçar, à me perder.

Cristiane, re- iniciando.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Menos é sempre menos!



Queres-me impor prazos...
Ao invés de semear-me...
Desejas, cultivar-me em vasos??

Desvalorizas meu desespero...
...em fazer, ter e ser, desmerecer o meio.
Desacelera-me,  quando eu teimo em correr, exceder!

Reduz-me, sem vinho seco.
Ignoras bobamente...
...o mais que posso lhe ceder.
Abra mão, deixe eu me perder.


Cristiane, originalmente à mais. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Desmedida.



Não, eu não tenho medidas.
Vivo por exclusões...
Não aprendi, sonegar amor.
Se tudo tenho, tudo dou!

Como pitadas de pimenta.
Horas acerto, muitas mais, erro.
Na mão.
Um soluço, um leve tremer, e...
Ponho tudo à perder!

Sou daquelas, que se por acaso me tocar.
Não leve os dedos à boca.
Vou  incomodar, repelir, afastar, arder!
Tenho restrições, contra indicações.

Costumo avisar, mas teimam em me testar.
Aí...eu transbordo, excedo, meto os pés pelas mãos.
Eu só sei amar demais...
Eu causo confusão.


Cristiane,  em excesso.