sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Acréscimo ...




Há que se ter um almoxarifado, em mim.
Um galpão, uma dispensa para aqueles sentimento e pessoas indispensáveis.
Tínhamos que ter construído uma fortaleza.
Uma muralha, um muro de arrimo para conter essa enxurrada de amor.

Esse ice Berg, instalado nos lábios do meu estomago.
Esse arrepio performático, de dar inveja à um ouriço.
Essa sensação, tamanha, sobretudo estranha.
Esse mix de tudo um muito, hoje desmedido, pede abrigo.

Que eu tenha espaço suficiente, para acrescer-me.
Que  minhas fronteiras, sejam divisas de bonança.
Que meu conteúdo, se funda com êxito.
Só não se  assuste, se por falta de espaço, neste transmutar de ano, houver em mim,  uma erupção, um derrame  de paixão.

Cristiane, acrescida.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Injusta...




Eu sei ser injusta ...!
Sei fazer manha, bater o pé e fazer bico!
Não terei complacência, contigo.
No momento estou preocupada, somente comigo!

Tenho saudades, tenho pressa.
Quero que dê seu jeito.
Que se  sacrifique, que sofra no meu intuito.
Que venha à cavalo.
Que traga seu Sancho Pança.
Que chegue, empunhando uma lança.

Cristiane, Dulcineiando.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

E agora?




Eu não esperava por isso, olha que já esperei por tantas coisas.
Por tantas pessoas, por tantos momentos.
Já esperei um tanto maior de você, hoje se me der, tenho medo de não me caber!

Eu seguia, fingia que não ligava e não ligava...mas,  atendia.
Dava de ombros à sua ausência, muitas vezes reclamava outras tantas...
... só deitava, chorava, sofria.

Tenho a impressão, que não estou sabendo lidar com isso.
Tenho  caçado subterfúgios, me agarrado às margens, ensaiado uma fuga.
Outro dia me peguei trançando um lençol, eu tenho tentado de tudo.

Lembra da minha bússola?
Devo procurá-la no fundo de alguma gaveta. Vai tempo que não a vejo.
Andei à deriva.

Tenho os lábios secos, o estomago revirado, sem rumo estou.
Apita um alerta, em meus ouvidos o tempo todo...
Cuidado, ele chegou...aparentemente mudado...no entanto... redobre o Cuidado!

Cristiane, perdida

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Chega...



Por favor, chegue sem alarde... algo dentro de mim ainda arde.
Algo que não se sabe ao certo, se arde pelo fim ou pelo meio.
Por algo que ficou ou pelo tanto que faltou.

Por gentileza, avise antes de chegar, meu coração pode não agüentar.
Já me foram feitas tantas surpresas, nem todas eu consegui ver beleza.
Ainda tenho a alma, assustada.

Por obséquio, se vai vir, venha calmo, resignado.
Não chegue afoito, como sempre veio.
Respire e me deixe respirar, não chegue certo de que ganhou esse torneio.

Por decência, não me tome nos braços, não  beije-me  assim que me vir.
Dê-nos um tempo, deixe eu também decidir.
Chega!
...mas chega logo!

Cristiane, aguardando sua chegada!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Dúvida.



Imperfeito.
Seria  uma definição dura, porém honesta, sobre a variação de um mesmo tema.
Seria uma constatação antecipada, porém muito bem analisada.
Seria a última martelada de uma jangada, aparentemente sempre inacabada.

Impossível.
Unir o côncavo e o convexo, o fim de dízimas periódicas?
Questões com fins definidos e não aceitos.
Sentimentos incontidos, transbordados, jamais reprimidos.

Questionável.
Fica a incógnita, de qual de nós dois, busca a tal da perfeição.
Quem puder mais, neste caso, goza menos?
Seria de bom tom, arrancarmo-nos sangue, até que não tivéssemos mais fôlego?

Paupável.
Perfeito seria a mesmice da falsa crendice, do felizes para sempre?
Ou esse nosso eterno relacionamento ioiô, esses términos dignos de um palco bem iluminado e aplausos efusivos?
Essas voltas, cinematográficas, com estouro de bilheteria?

Cristiane, atordoada.