quarta-feira, 25 de junho de 2014

O que fui...





Já fui mais ousada, mais valente.
Diriam as más línguas, inconsequente.

Acho que era o viço da idade, a falsa certeza da liberdade.
A incoerência, que eu deixava para analisar mais tarde.

Sinto falta dessa eu, daquela insana assumida.
Do não contabilizar riscos, do flertar abertamente com a vida.

Já fui mais Isolda, Dulcinéia e muito mais Bárbara.
Mais mocinha, bandida, arteira e faceira.

Sinto que hoje me resumo, num compilado disso tudo.
Sinto saudades, mas vale-me o lucro.
Cresci, ganhei o mundo.


Cristiane, em constatações. 

Meus pés.



Esses pés, já  me levaram até você.
Já me fizeram correr.
Depois retroceder.

Havia tanta pressa, no meu ir.
Quando voltei, relutei.
Ainda sou assim, discrepante

Houve o tempo, que eu nem queria.
Mas...eles iam...
Para meu desespero, saltitantes!

No retorno, era um sofrimento medonho.
Girar nos calcanhares, assumir o arrependimento.
Encontrar o caminho de volta pra casa, me doía.


Cristiane, tendo pés com vontades próprias.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Seu Chico, faltou eu...




Que tantas vezes, recorri à ti.
Que plagiei sua dor, sem nenhum escrúpulo.
Que tentei me fazer entender, via Você!

Deixei para parabenizá-lo tardiamente.
Mas... sei que vai entender.
Ontem ainda tinha lágrimas em meus olhos, escutando Você.

Você, que me descreveu diversas vezes...
...sem me conhecer, deixando-me sem me reconhecer.
Você que me atacava e depois me defendia, com tamanha maestria...
Que não cabia, o meu debater.

Ensinou e esclareceu tantas coisas em mim.
Decifrou-me e muitas vezes, devorou-me.
Fez analogias sobre mim, que eu nestes momentos...não ousaria lhe olhar os olhos.

O Chico, que já foi tantas vezes meu...
Tem ainda mais, minha eterna gratidão...por tudo e todas as formas que me representastes....
Hoje Seu Chico, agradeço e Parabenizo-Lhe!


Cristiane, Seu Chico, me representa.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

Só para constar.



Então... não tardou e houve um novo maquiar de sentimentos, seus.
Quando li, pensei: -Não me faça rir.
Me fez.

De ímpeto me veio a mente, outros dois escritos, datados lá de trás.
Pois é... aquela memória de um paquiderme ainda me acompanha!
Encontrei em Dois Mil e Sete e outro em Dois Mil e Onze!
Pasme! Idênticos seriam, se não fossem, algumas alterações de pronomes.

Achei que ficaria em mim a sensação, de que eu havia perdido meu tempo...
Explico: aqueles dez minutinhos, que me dediquei à procurar os escritos anteriores...
Jamais os anos que estive, horas ao seu lado e milhares de momentos atrás de você.

No entanto concluo que, à mim nada alterou-se...
Libertei-me...menos das minhas loucas conclusões...
Olho e ainda penso...
...Se acreditas ter mudado, quem sou eu pra lhe dizer:
- Tens ainda muito arroz e feijão  pra comer!
Calo-me, porém...não venhas me aborrecer!


Cristiane, constatando, para virar registro.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Papo reto com Sto. Antonio



Toninho lá vamos nós, de novo... 

Não me venhas com delongas, não me peça calma.
Eu não estou calma.
Optei por não fazer a simpatia da faca na bananeira, esse ano...
Uma leve analise do meu emocional, diz-me que não estou apta, para ter uma arma branca em mãos.

Este ano,  também não desejei lhe ajudar a plantar bananeira.
Quer exercitar-se, ficar de cabeça pra baixo, não conte comigo.
Porque vai tempo, que não posso contar contigo.

Quer briga, vamos lá Seu Santo Antonio.
Arregaço as mangas e lhe digo:
-Não estou pra brincadeira.
-Ou me arranja um namorado...
-Ou estamos rompidos!


Cristiane, dando uma dura no Toninho.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vai ter copa...




Porque  temos a mania de gritar na hora errada.
Longe de mim colocar a culpa no Anchieta...
Porém... se alguém o doutrinou, não ficou registrado no livro o nome do seu Interlocutor.

Meus ancestrais gritavam quando doía.
Parece-me que não evoluímos...
Quando foi para votar se a Copa seria aqui, me parecia tudo tão lindo.

O povo na rua, muitos canarinhos de verde e amarelo.
Um Sim quase, eu disse quase, que unânime.
Há quem me dirá, eu não, não eu!
Mas quem manda, não sentiu sua resistência.

De uma hora para outra, o verde e amarelo sendo queimado em praça pública.
Saques, mortes e agressões...
Black Blocs, gritando que me representam? Hein? Onde? Han han!
À mim, não!

Greves e Agressões?
Quero aguardar Outubro, quero ver nas eleições...
Constato... ainda gritamos na hora errada...mesmo tendo opções.

Eu estarei lá para ver e ouvir...todos gritando enlouquecidos...GOL, vai seleção!

Rola a Bola...
Vai ter Copa


Cristiane, só oiandu!

Dúbia.



Em meio aos meus desatinos, tenho pausas de sanidade.
Parênteses, que explicam o que jamais entenderei.
Aspas que enfatizam o que pra mim, talvez não tenha importância.

Sabe-se lá se um tradutor de texto, resolver-me-ia como  um enigma.
Talvez esteja para nascer, um guru-sábio-pai-de-santo que tomado,
por divindades, possa adivinhar, prever e pré supor-me.

São tantas dúvidas, que minhas convicções hoje acordaram inibidas.
Hoje não se e me bastam, hoje reprimiram-me.
Fui tomada de uma insegurança febril, tremo e temo só por concluí-las.

Não me chegam respostas que me bastam.
Lacunas que excedem, perguntas que transcendem.
Sentenças dadas, onde sempre se cabe recursos.

Para o fim, busco um meio.
Para tanto, falta-me um muito.

Cristiane, dúbia.





sexta-feira, 6 de junho de 2014

Aturbantei-me...



O propósito não é inovar, fazer dele uma releitura ou um relançamento.
À propósito, o intuito é aproveitar o que meus ancestrais me deixaram.
De propósito, incorporar no meu dia a dia  essa herança rica  em cultura.

Aturbantei-me ... de coração, alma e por opção.
Para acrescer-me, desta atitude que vem de lá de trás.
Para agradecer, essa hoje já não necessidade de esconder meus cabelos crespos.


Aturbantei-me para agradecer a possibilidade de mostrar-me como sou.
Sobretudo como posso ser melhor e mais colorida.
Assim, nos dias frios mais aquecida.
Nos dias quentes... fervida, logo, mais atrevida.

Aturbantei-me  para sentir-me acolhida.
Mais bem vestida, mais vívida...
... mesmo nos dias que acordo enlouquecida.

Aturbantei-me para  descobrir-me uma Diva, uma Deusa Africana.
Uma mulher multifacetada, uma Indiana.
Aturbantei-me como veículo e não como meio de estar e ser quem me couber.

Uma vez aturbantada, sinto meus pensamentos mais protegidos.
Meus cabelos, armados ou amarrados e minha alma livre...
Muitas vezes aturbantada, serena me sinto.

Cristiane Gonzaga, aturbantada.