terça-feira, 1 de junho de 2010

Acordando...






Vai, pode ir, mas vá enquanto eu estiver ainda dormindo, ainda sonolenta.

Saia sorrateiramente, não faça alarde, me deixe ali na cama, enquanto meu corpo ainda arde.

Quando for, não olhe para trás, estarei largada, embriagada com o excesso de meus sentimentos.

Vá, não lamento!

Tome o cuidado, de ver se não terei como ter alguma reação, apague a luz, tranque a porta, prefiro a escuridão.

Quero acordar e sentir que já é tarde.
Quero acordar certa que fiz o que tinha que fazer, que fui onde podia ir, que não adianta correr.

Quero acordar e escutar a agulha arranhando a ultima linha do vinil, quero olhar no chão e ver o livro jogado no tapete com o marcador na última página.

Vou me esforçar para abrir a janela e ver fogos de artifício no céu, quero acordar e entender que é fim.

Quero uma vaga a mais na garagem, uma cópia de chave em cima da mesa, uma porta entreaberta no armário de roupas... vazio.

Quero entender que, tenho algo meu, nem que seja, vaga, espaço, possibilidades.

Quero não precisar me esforçar para acreditar, que o que esta por vir, será bem vindo.

Porque tenho  esforçado-me bastante, para entender que o que foi,  foi bem ido!

Vou acordar mais eu, mais minha, mais centrada, afiada, refinada, pronta para ser amada.

Então... entender que cabe... Lenine
É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão

( A medida da Paixão- Lenine)


Cristiane, sonhando com a realidade.

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