terça-feira, 29 de junho de 2010

Tudo ou Nada...




Se é pra chorar, eu quero perder o fôlego, limpar as secreções do nariz, na manga do pijama, tossir, resmungar, maldizer o infinito, chorar meu choro mais sofrido.

Ter os olhos avermelhados e ardidos, o lençol encharcado, os lábios mordidos, coração e alma ilhados, estar e ganhar uma medalha, na categoria dos aflitos.

Quero ao soluçar, trazer os ombros às orelhas, não camuflar, não negar-me, não parar, enquanto não me sentir oca, vazia, sem forças.

Não vou, aceitar nada pela metade, se tem que ser comigo, será de fato.

Valente, brava, metida e destemida? Se me vê assim , Amém!

Eu daqui, às vezes me vejo, sem saída. Se não me dão opção, danço tango, funk, bolero, faço minha canção.

Minha mente, meu querer e meu ego, não me deixam viver como muitos, sim, eu aceito o julgamento, a soberba é minha aliada, me faz partir sempre para tudo ou nada.

Hoje, nada tenho, porque em algum momento me iludi achando que tinha tudo, nada além do tudo me serve.

Hoje, tudo tenho, porque em algum momento me conscientizei que nada tinha, nada além de tudo me serve.

Paradoxal, eu já sabia. O que me surpreende são os sustos que levo a cada dia. Eu me preparo, sintonizo, acalmo e confesso, não ameniza.

Se for para sorrir, eu quero gargalhar até perder o fôlego, engasgar confundindo meu sistema respiratório, não deixando ele saber se deixa passar o som ou o ar, primeiro.

Ter meu corpo tremendo, barriga doendo, baba descendo. Quero vários ombros amigos, para apoiar , quando o sorriso levar minhas forças, quando a felicidade me desestruturar.

Quero ofuscar a luz do sol, com a luz que emanar do meu olhar, quero esse brilho latente, um abrir e fechar de olhos repentinos, lágrimas destruindo o rímel .

Quero um riso largo, solto, bobo, algo que eu não tenha controle, um solo fértil, que sorva toda minha alegria, quando ela transbordar não cabendo em si nem em mim .

Não vou, me fazer de rogada, quando esse sorriso vir, vou me entregar, é meu , então vou sorrir até cair, porque sei que ele me fará levantar.

Boba, camuflada, pandega, abalada? Se me vê assim, Amém!

Eu daqui, às vezes me vejo abençoada. Se tenho opções, danço tango, funk, bolero, faço minha canção.

Ser feliz é obrigação, estar feliz é inerente à minha opção.

Uma vez li: -Sou um copo, sempre meio cheio.
Uma vez me denominei: - Sou um copo, sempre cheio e meio!


Cristiane, hoje, amanhã e depois, tudo ou nada.

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