sexta-feira, 27 de maio de 2011

Posso...


O fato é que eu poderia, cochichar.
Sussurrar.
Escrever e depois rasgar.
Guardar pra mim, tão bem guardado, que ao procurar, não achar.

Confessar .
Rogar segredo.
Digitar e deletar.
Ruminar uma noite toda,  ao acordar, nem mais me lembrar.

Afirmar, depois desmentir.
Jurar, depois assumir a blasfêmia, pagar a penitência.
Fingir um sossego e depois mostrar-me desassossegada em verdade.

Opções não me faltam, tenho até algumas guardadas nas mangas, outras nos colarinhos e umazinhas perdidas nos bolsos.
Mas..., no sentido de porém e Mais no sentido de somar...
...eu gosto de gritar...
...me expor, chorar.
...exclamar, soluçar.
...debater-me, suar.
...correr, não parar.
...deixar claro, publicar.
Perder-me de amor, com a possibilidade de não mais me achar.

Cristiane, não escondendo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sem prumo em meu rumo.


Descompensada, desajustada, teria mesmo que estar um ínfimo mais pra cá.
Um nada que fosse, mais para lá ou até utilizar um guarda chuva para me equilibrar.
Parece-me que realocar, um tiquinho só, seria de grande valia.

Depois que estremeci, nunca mais fui a mesma.
Amém.
Transformar-me é questão de honra, manter-me no eixo o grande desafio desta minha vida.

Na contabilidade atual, vale a pena aprumar-me .
Buscar o meio termo, não voltar rouca e descabelada do labirinto.
Encontrar a saída, antes da ampulheta virar.
Antes, do sino soar.
Antes, do apito tocar.
Antes, do meu mundo ameaçar-me de acabar.

Passeio nessa linha tênue, de olho no apagar desse pavio, nesse fio de navalha .
Surpresa é não me sentir todos os dias encurralada, ficou em mim, algo de destemida
,uma alma valente, um coração crente.
Tenho certeza que isso não me basta, mas me salva, todas as vezes que penso não haver saída.

Existem cobranças internas, que contrabalançam com dividendos externos.
Nenhuma conta que eu faça, é exata.
No resultado dos meus noves fora, falta mais do que sobra.
Talvez denomine-me uma dízima periódica, com períodos bem férteis e outros tantos de útero seco.

Ainda me assusto quando vejo meu ponto final, multiplicando-se e renascendo em reticências.

Cristiane, visando um equilíbrio.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ainda falando de Frio.


Sei, sou repetitiva, em dias frios, maçante, taxativa.
Sei, em dias frios essa enfermidade, esse vício do renegar outras estações do ano, salienta-se, em e de mim!

Tem dias que venho justificar-me.
Outros, somente blasfemar!

Tento não reclamar tanto, mas é tanto frio em mim, que rendo-me, segundo minha visão à estes desencantos quadrimestrais.
Finjo mesclar assuntos nestas escritas, abrir o leque, falar mais profundamente da vida.

Faço menção, aos autores que estou lendo.
Misturo com os que jamais lerei.
Pego estrofes de músicas e trechos de novelas.
Tudo para esquecer, que sinto-me fria e ainda nem mesmo é inverno.

Hoje por exemplo citaria Mário Quintana, não quando ele diz para :
Amar-me baixinho, deixar em paz aos passarinhos.
Mas hoje eu lhe citaria, quando ele como eu em desespero, questiona-se:

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
( Mário Quintana)

Porém igualmente, sei que pensarão:
Volta ela sempre à mesma questão.
Se não reclama do frio, fala sobre a saudade, em vão!

Cristiane, Quintanada.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fria...




Quando faz frio lá fora , eu recolho-me aqui.
Dentro.
De.
Mim.

As vezes, lá pro meio-dia, eu me abro.
Deixo alguns raios solares, entrarem.
Assim que me sinto aquecida, sem nenhuma prudência ou fineza, me tranco.
Fecho as janelas, bato a porta, passo a tranca nela.

Não contabilizo a deselegância, muito menos a falta de tato em fazer alguma sala, dizer um muito obrigada e despedir-me à contento.
Simplesmente, me entro.

Volto para onde,  me sinto acolhida.
Ainda que tolhida,  volto para onde me cabe.
Quando encolhida me sinto.

Sim.
Sei.
É fase,  logo passa.
Mas por hora, passo por isso.

Cristiane, friorenta.

Passante, passado, passando.



Por acaso, para quem acredita em tal, estive por aí.
Talvez mais perto do que eu mesma pudesse sentir.
Sim, sem rodeios, me senti próxima.
Sim, após tanta distancia, estive aí.

Há quem diga , que foi sonho.
O velocímetro de meu automóvel, desmente.
Pouco , do que já foi muito, importa.

Meu consciente racionaliza e me diz, que sempre estou por ali.
Meu coração toma a frente, impõe-se e me faz crer, que eu quase te vi.
Quase te senti, quase, quase ...
Há! O quase!

Se disser que não sei o que senti, minto.
Se descrever o que senti, igualmente estarei mentindo.

Agora que já voltei, talvez eu possa dizer, que o lugar já não me era familiar.
As mudas, já não eram mais tão mudas, falavam por si.
Pensei ter visto outra cor na parede, outra tranca na porta.
Mas não posso precisar, isso eu imaginei, acredite , só passei.

De lá de longe, eu senti seu cheiro.
Quase não o reconheço.
Engraçado e ao mesmo tempo, trágico.

Disfarcei o alvoroço, a tremedeira e acredito ter convencido.
Enfim , é um passado que dificilmente me passará desapercebido.
Mas vale a pena vir aqui , dizer que passei por aí.

Cristiane , de passagem.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Arte do Blues * Klébi Nori*

Você pensa que eu não sei
Que você ainda não sabe
O que fazer comigo
Sente alguma coisa e tal
Mas sempre entende muito mal
O caminho que eu sigo

Você pensa que eu não sei
Que um dia a gente ainda
Se esquece
Certos de que nunca dá
O amor às vezes quer mostrar
O que não aparece

É a arte do blues
Minha vida ser tão
diferente da sua
É a parte que eu pus
Na sua mão
E você pôs na rua

Você pensa que eu
não vejo
O que no dia-a-dia
É concreto
Fica esperando de mim
Algo que declare o fim
Enquanto passa reto



Deixando a doida aí de cima falar por mim ....

Cristiane

Tem sol lá fora.


Foram tantos dias de nuvens escuras, que hoje meu queridinho veio em meu socorro.
Gradicida, sempre atencioso.

Sei que não é tempo de vir forte, mas prefiro pensar que quando me vês fraca, tende-se a ter um esforço maior.
Te vejo aqui em minha janela, sim aquela mesma , que tantas vezes eu olhei e não encontrei horizonte nela.

Escuto aqui baixinho nas caixinhas de som do micro, alguém que me fala sobre mocinhas e vilões.
Cantarolo o refrão, mas não me identifico não.

Rezei tanto para uma tal de calmaria, me disseram que bastava ter calma e ela chegaria.
Me pediram demais, sei, eu também exagerei nos pedidos.
Calma é um sentimento não decifrado, nas horas que tenho o medo descodificado.

Tudo pode acontecer...
Inclusive , nada!

Hoje acordei com planos de segunda-feira, talvez uma dieta, um projeto novo ou até dar cabo do velho.
Hoje acordei como se fosse 02 de Janeiro, já sem ressaca e com um viço nos olhos faceiro.

Importa hoje , que vou deixar os raios do meu queridinho me invadir, queimar, arder em mim.
Não importa que eu sinta calor, estive tão fria, que choque térmico hoje é bem vindo.

Cristiane, aprumando-me.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Dias difíceis.


Sobreviver já foi mais fácil.
Houve dias que eu só tinha problemas meus.
Que era problema meu, o desanimo, falta de senso, procurar acalento.

Estes últimos dias, foram a prova dos nove.
Chegaram para me fazer crer ainda mais, que a vida é mais, aliás muito mais que isso.

Houveram dias, que algumas faltas doiam.
Esses dias, era tanta falta de tanta coisa, que eu me esqueci do que me faltava.
Esses dias, sobrava tanta coisa, que foi difícil, lembrar-me o que me sobrava.

Tive a ilusão, que tudo dependia de mim.
Tive a conclusão que quase nada, eu podia fazer, por ali.
Assim, vejo cada um em seu caminho.
Assim, vou espiando a vida acontecer, aos pouquinhos.

Acontece, que eu me assusto.
Acontece, de eu querer pedir socorro.
Acontece, que foge do meu controle.
Acontece, que me descontrolo.

Sei, também acontece de eu voltar ao meu centro.
Respirar, resmungar e inspirar.
Buscar lá dentro, uma regra para a desordem aqui de fora...

Fora de mim.

e lá se foram tantas lágrimas, tanto desespero, tanto cântico entoado em meus devaneios.

e lá se foi o que eu achei que não iria, o que julguei não ter saída.

e lá se foram, dias em claro, noites no escuro, desespero vertendo, derramando, transbordando.

e cá encontro-me, aparentemente ainda perdida, deitada em cima de mapas, chacoalhando uma velha bússola, que teima em não me dar, meu norte.

Cristiane, ainda um tanto perdida.

Mantra


AmanhãSeráUmNovoDiaAmanhãSeráUmNovoDiaAmanhãSeráUmNovoDiaAmanhãSeráUmNovoDiaAmanhãSeráUmNovoDia

terça-feira, 3 de maio de 2011

Deus Manda* Jorge Aragão*


Deus manda, Deus manda
Na hora que mais se precisa

A luz pra acender minha alma
a cura da dor num lampejo
Todo perdão que me salva
Olhos pra quando eu não vejo

Se eu me sinto sozinho
Ele vem em segredo
e me faz passarinho
pra que eu não mais tenha medo

Deus manda, Deus manda
Na hora que mais se precisa

A luz pra acender minha alma
a cura da dor num lampejo
Todo perdão que me salva
Olhos pra quando eu não vejo

Paz que ameniza meu pranto
Força da minha emoção
Dengo pro meu desencanto
amor pro meu coração

Foi na vontade de ver
A mão divina tocar
No meu tormento o sofrimento estancar
Vi mudar o meu querer
A fé não mais vacilar
e descobri o bem q tem recomeçar

Deus manda, Deus manda
na hora que mais se precisa.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Presente...


Incrível, como os sentimento se atacam, dentro de mim.
Como eles sobrepõem-se, enfrentam, desafiam ao tempo, ao livre arbítrio, à mim.

Tem dias que quero correr, outros tantos o desejo é somente abraçá-lo, estagnar, em seu peito adormecer.
Eu sei, amar incoerentemente é minha sina.

Enquanto me procuram, eu corro.
Enquanto tento correr, tudo o que quero é que me procurem.
Vai entender...

Tendo alguém ao meu alcance.
Desejo aquele que nunca consegui tocar, tocar-lhe seria uma conjugação mais apropriada.

Sim, eu sou filiada à um partido, contra os meus desejos.
Sim, meus desejos, lutam contra mim.
Não são confiáveis, deixam que a dor me chegue, ataque, maltrate, engane, me fazendo pensar que acabou e então, me leva ao tronco, resignada, pré destinada à mil chibatadas, com um Alô.

Poderia dizer que é uma guerra fria, mas queimo, ardo, sufoco.
Ainda assim, algo mudou, de uns tempos pra cá, não choro.

Dilema seria pleonasmo, em mim não cabe.
Olho para o nó cego, aquele do fim do ciclo e tudo que penso é em cortar a corda.
Mesmo sabendo que, existem nós entre nós que nos separam.

Incontida, questiono o meu amar nesta vida.
Porque não, o que esta mais próximo?
Porque não, o que nunca esteve próximo?

Deixo as letras virem e não me preocupo com rimas, sou absolvida pela incoerência do amar só.

Cristiane, com ausência de consciência.

Ausente


Sei, me procuras mais do que gostaria.
Sei, me achas menos do que pretendia.

Eu poderia me explicar.
Mas não adiantaria, não cabe, não existe culpa, existe um passado, sem futuro aparente.

A promessa era manter o contato, manter um pavio acesso.
Quando a chama se apagou.

Sei, os méritos são teus.
Sei, as falhas são minhas.

Quando optamos por bifurcações diferentes, sabíamos que dali para frente,viveríamos em paralelas...que seguem juntas , mas nunca se encontram.

Entenda , nada é proposital, eu disse e repito, esquivar-me está além do meu querer.
No entanto ,lhe quero cada vez mais bem!

P.S. : Adorei a música.

Cristiane , desculpando-se.