quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sei que me sentes.


Dificilmente eu poderia discorrer sobre o assunto, pautar uma base, uma linha de raciocínio convincente, mas creia, eu sei.
Algo me diz, me faz sentir, esclarece e mostra de forma tal, que me convenço, sim eu sei.
Sei que me sentes.

Poderia jurar, que no meio desse nada, desse oco, desse agreste, deste clima árido, existe sim, vida à bordo.
Em meio a tantas faltas, tempo, contato, disposição, resolução, empolgação e até digamos opção.
Sobra, uma sensação forte, de que me sentes!

Realmente não existe explicação e ponto.
Parto do princípio, que existe recíproca no sentir.
Acordo e adormeço com essa certeza.
Sinto que me sentes!

Cristiane, sentida.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Amar de menos!

Meu amor, podia ser menos, bem menos.
Metade, um terço, um tiquinho a menos que fosse!
Parcelado, dividido, disfarçado.

Em segredo, escondido, menos sofrido.
De verão, de inverno, não importa, importa que alternasse a estação.
Ficasse lá no litoral, não me seguisse não.
Platônico, anônimo,até de ocasião.

Meu amor, podia ser por interesse, por desinteresse, por provocação.
Mentiroso, falso, canastrão.
De mentirinha, de faz de conta, em vão.
Sexual, material, menos de emoção.


Morno, gélido, em banho maria, menos com essa pressão.
Visual, hormonal, inconstante, jamais por opção.
Que fosse liberal, de um aceite normal, sem cobranças, sem contagem de tempo, não precisava durar tudo isso não!

Meu amor podia acabar, não me sentenciar, ter fim, me liberar.
Ser qualquer coisa, de qualquer jeito, mas como ele é não!
Ter prazo de validade, tempo de vida contado e não fazer aniversário.
Me trazer paz, me poupar da decepção do nunca mais.

Cristiane, imaginando como poderia ser, amar de menos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que já foi dito!


Já falei sobre a incapacidade do ser humano em ser humano.
Do desejo que vejo, de cada um ser mais e igual ao outro.
Da não aceitação das diferenças .
Da falta que nos faz, alguma crença.

Já corri assunto, sobre a normalidade da irregularidade sentimental.
Da vergonha alheia, nos ser tão banal.
Da ausência do outro ser coisa de ego, passional.
Dos desatinos terem inicio, em nosso desajuste hormonal.

Já citei Chico,Drummond, Neruda e Alcione.
...Que saudade é o pior tormento, é pior que o esquecimento*
...Também temos saudades do que não existiu , e dói bastante*
...Saudade é amar um passado, que ainda não passou*
...Minha estranha loucura, é tentar te entender*

Já foram tantos e tantos textos e ainda há tantos e tantos sentimentos.
Tantos e tantos argumentos.
Tantos e tantas possibilidades.
Tantos e tantas justificativas, que me vem a nítida impressão de que nada do que eu já disse, foi em vão.

Cristiane, ainda tendo o que dizer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

E O Mundo Nao Se Acabou*Adriana Calcanhotto



Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar
Por causa disso
Minha gente lá de casa
Começou a rezar...

E até disseram que o sol
Ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite
Lá no morro
Não se fez batucada...

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando
De aproveitar...
Beijei a bôca
De quem não devia
Peguei na mão
De quem não conhecia
Dancei um samba
Em traje de maiô
E o tal do mundo
Não se acabou...

Chamei um gajo
Com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele
Mais de quinhentão...

Agora eu soube
Que o gajo anda
Dizendo coisa
Que não se passou
E, vai ter barulho
E vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou...


Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando
De aproveitar...
Beijei a bôca
De quem não devia
Peguei na mão
De quem não conhecia
Dancei um samba
Em traje de maiô
E o tal do mundo
Não se acabou...

Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar...

***Queridos, só fiz tudo isso, porque me garantiram...que o mundo ia se acabar rssss*

Trocando?



Sentei pra filosofar... falar de nada... desentediar .
O tempo frio, ajuda a gente a se achegar.
Uma taça de vinho, algo pra beliscar.
Ia tempo, que não me dava esse tempo para trocar.

Gosto de inflar meus monstros,  ir drenando, vê-los murchar e de novo se erguerem majestosos, mediante minhas alusões.
Sei, poucos sabem do que falo, como falo e poucos são os que eu falo.
Tudo bem, eu viajo!

Ainda me intriga o ser humano, na árdua tarefa de ser humano.
Ainda discuto o sexo dos anjos e ainda faço as minhas tais caras, quando nem palavras quero doar.
Ainda julgo o bater palmas para doidos dançarem, mas a música que vem deles ainda me faz, cantarolar, algo sempre do contra...
Claro.

O que não concordo ainda fomenta meu raciocínio, ainda aprendo com o que nunca estudaria.
Ainda me serve de pesquisa, o que eu nunca seria.
O nunca ainda é uma palavra que incluo no contexto, mesmo havendo controvérsias,  nunca, tem seu peso único.

Tem dias que essa lacuna é tão grande, que chego a preocupar-me comigo.
Acho de verdade que dia menos dia, terei que me igualar, deixar minhas esquisitices de lado, me rotular.
Voltar atrás e começar a traduzir meus sinais.
Decifrar meus pensamentos, reescrever meus achismos.
Desenhar os meus desentendimentos.

Esta cada vez mais difícil , o interlocutor, me acompanhar.
Não é coisa para me gabar, muito pelo contrário, isolar-me nunca foi opção.
Estar sozinha nessas questões, não me atrai, não.

Gosto mesmo é da troca, do olhar e ver o outro com o mesmo pensamento em um dialeto diferente.
Gosto de novidades que eu em menos de segundos, possa dar meu pitaco, subir uma sobrancelha, fazer uma careta qualquer e defender a tese com alguma ressalva, somente por precaução.

Pois é, gosto de complicar o que nunca me foi fácil, não!

Cristiane, preocupada.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Constatação.


A sobriedade não me cai bem, eu sei, percebo.
Estar sóbria, não é algo que me cabe, que me compõe, muito pelo contrário, me indispõe.
Haja chatice distribuída, filosofias dirigidas, embasamentos relevantes.

Nasci para viver atordoada, envolta de amor, embriagada.
Só me reconheço, quando me desconheço.
Só me aprumo, quando me encontro, totalmente sem rumo.
Quando com as vistas turvas, vejo mais longe.

Sem muita firmeza nas pernas, vou muito mais a diante.
Tendo a cabeça zonza, eu penso melhor.
Articulo palavras, encaminho a coerência às favas.

Não sou ninguém, sem maldizer o amor.
Acostumei-me a sofrer por este sentimento inanimado.
Sinto dor e ela me faz mais interessante.

Chego a me denominar poeta dos mal amados, dos ditos malogrados.
Bato na tecla, do amor não correspondido, ser mais interessante.
Vende mais, é intrigante.

Resta-me, tomar um gole de amor todos os dias.
Usar, o que me cabe e o que julguei não ter mais valia.
Ir ao fundo do poço e julgar-me culpada, todos os dias.

Rezar para que não me falte, e na falta implorar, rastejar, mendigar um cálice que seja de um amor em desuso.
Jogado fora, aceitar de bom grado, esmola.

Cristiane, sóbria.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estranha de amor.



Hoje escutei umas dezenas de vezes, a música *Nosso Estranho Amor*, a cada termino, me vinha uma vontade de recomeçá-la, um desejo enorme de recomeço.

Acho em verdade que, minha alma sentia a necessidade de decifrar cada palavra que ali estava, sendo divinamente cantada por Caetano.

Assim vou eu embalada e perturbada o dia todo.
Acho que os ventos de ontem, ao invés de levarem pra longe minha incoerência, trouxeram pra muito perto, essa perturbação, que vai tempo, faz parte de mim.

Tem um sol lá fora, tentando me dizer que mesmo sem poder, esta tentando ser forte.
Devo me espelhar nele.
Gradicida, queridinho.

Tenho um excesso de falta, inacreditável.
Incoerência transbordando que me leva a uma sensação térmica, baixa, quase mínima.

Hoje meus poros exalam neve.
Minha alma fria, resfria-se a cada hora à diante.
Com a proximidade da tarde, meus pensamentos chegam à conclusão que terei um ice Berg, alocado em meu coração.

Gostava de quando era toda verão.
Falta-me o suor provocado, o quase derreter insinuado.
Lembro ainda de quando em erupção, não se poupava esforços para a explosão.

Há! Esse estranho amor!

Cristiane, suspirando e ainda escutando a música.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Lembrança...


Acho que o tempo frio, me leva mais ao passado.
Hoje eu quase liguei, sorte a memória não ter me ajudado com os números.
Quis contato, falar amenidades, fiz texto e deletei.

Penso agora em escrever um e-mail.
Mas, se você não ler de pronto, em seguida estarei arrependida e então tudo será em vão.

Sim, hoje instalou-se uma confusão mental.
Um desassossego que vem se mostrando, já há alguns dias.
E eu?
Eu consumindo-me .

Provavelmente eu nada farei.
Ficarei quietinha, aguardarei as vontades passarem.
Elas vão e vem, eu sei, passam.

Hoje ao quase sucumbir, eu me senti bem!

Cristiane, segurando-se.

Suposições.

Suponho que hoje nada me baste , supra,encaixe.
Algo me diz que hoje , dificilmente existirá letras que me preencham.
Sinto que esta lacuna ficará assim, caberá um ponto final e fim .
Passaremos à outra linha, folha, texto, vida e para não sentir-me como hoje, a opção é deixar-me assim.

Seguro lágrimas, desejos, seguro à mim.
Resta-me soltar os dedos, ver se derramo aqui o que tanto me falta lá.
Em momentos que me deixo estar e não ser, pessimista, a conclusão é que o amanhã atrasou-se.
Faz firula , enreda-se por botecos, portões por aí e não se preocupa em chegar.
Vai parando, conversando, pousando, ficando , sem pressa alguma de chegar-se à mim.
Manda avisar que chega, mas não vai correr.

Cristiane , supondo algo.

Dia dos namorados!



Lá vem, o dia dos chatos dos namorados.
Daquele povo inconveniente, te cobrando empolgação, aliança na mão.
Valei-me meu Santo Antonio das Pendengas Antigas.
Olhai por mim Meu São Insuportável Valentim.
Protejam-me deste cúpido vesgo, enlouquecido e sem noção.

Façam com que eu passe por esta data, sem resmungar.
Sem lembranças desastrosas, sem promessas melosas.

Afastem, os maus pensamentos e os que eu possa julgar bons, sei que não serão, ao menos nesse momento não.
Que eu possa, acordar dia 13 sem ressaca moral, sem a necessidade de pedir desculpas e lançar a frase célebre : - Foi mal!

Que me baste uma taça de um bom vinho, um bom filme, um edredom quentinho.
Aquele livro deixado na metade, Ella Fitzgerald, me encantando, me levando a beira de um ataque.

Em se sabendo que:
A gente não quer só comida...(Titãs)
... também gosto de alarde, sexo selvagem e um pouco de arte.
Suponho que só um namorado simplezinho não me cabe.
Isto posto, Valha-me minha Nossa Senhora da Boca Arreganhada, deixe que eu passe esse dia dos tais namorados, se não alheia, apenas enamorada .

Cristiane, abominando o tal dia 12/06

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aquele Plano Para Me Esquecer * Adriana Calcanhotto*


E tudo isso um dia vai passar
Se deslocar no tempo, esmaecer
Deverá desbotar, desimportar
Então seu plano para me esquecer
Esqueça, esqueça, esqueça, esqueça...

E aquele amor aonde quer que esteja
Se bulir, vai ver 'inda lateja
E se no fim, no fundo, permaneça
Aquele plano para me esquecer
Esqueça, esqueça, esqueça, esqueça...


*****Em meio a uma insônia, vi a Linda Adriana C. falando por mim*****