terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Momentâneas VI


Ontem foi comemorado no mundo todo o tal do Valentine’s Day, eu optei por dar uma de doida, mas hoje, me sinto no direito de digitar umas poucas linhas.

Lembrando que por questões comerciais e de ganhos materiais, aqui no Brasil, mudaram a data, pelo simples fato de em Fevereiro termos o carnaval, e nossa economia e o consumismo já ficarem bem movimentados.

Tem coisas que parecem vir à calhar, que se não fosse minha fé, diria que teria sido coincidência ou acaso, porém, sou 70% água e 30% fé.

Fomos chamadas para uma reunião, intrigantemente naquele dia, somente as ditas, soltas.

Lá fomos nós soltas, o mais intrigante ao meu ver, presas em nossos questionamentos, lamentos, planos, experiências passadas e até pelas não passadas.

Foi derramado ali uma experiência impar, alguns relatos tímidos, outros nem tanto, que me deixaram algumas certezas, muito se tinha, muito podia-se levar, das sementes que ali foram semeadas, se não tivermos uma floresta, vai nos ser o bastante um jardim .

Cristiane, feliz no Valentine’s Day dos gringos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Preguiça.



Tem uma música do João Nogueira, que diz:
-Vou deixar pra amanhã!

Eu confesso, as vezes faço jus à esta afirmação, é uma preguiça tamanha que me toma, que eu já sem forças, deixo me envolver, deito a cabeça no colo dela, deixo que afague meus cabelos, faça caracóis com os dedos, relaxo e ali adormeço.

Fico lá acolhida por tempo indeterminado, quando dou por mim, perdi a hora,  muito mais coisas ficam pela estrada.

Levando afoita e saio descabelada, batendo a canela em quinas, escorregando no banheiro, blasfemando enraivecida.

Pareço uma velocista, correndo atrás de determinadas coisas nesta vida.
Meu bom Pai do Céu, permita que eu tenha fôlego suficiente para o corre-corre e
claro, para as blasfêmias, sempre bem vindas.

Tomei um certo gosto pelo vucu vucu do meu dia a dia, mas tem dias que acordo um tanto Dorival Caymmi, também penso em botar meu chapéu de palha e ir para Maracanguaia.

Cristiane , abaianando-se.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Momentâneas V.

Hoje, li sobre voltas e devo confessar, fiquei um tanto quanto, mais tonta.

Rodopiei no passado, tropiquei no presente, Deus queira eu não caia quando chegar a vez do tal futuro.

Essa coisa de volta, me remete à matemática, física e me joga em um bom português, onde leio, em letras garrafais, um alerta sobre  o me perder de mim.

Tomara esteja eu sendo tão confusa, quanto me encontro, ou seria desencontro momentaneamente nesses últimos anos. Faço votos que meu interlocutor também me desentenda e assim possamos nos entender, no decorrer.

Não creio estar usando dialetos, muito menos valendo-me dos meus não tão bons dons, de confundir. Apenas, não se esclarece o que não se tem claro.

- Fui clara?

Cristiane, envolta.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Martelo,bigorna * Lenine*




Muito do que eu faço
Não penso, me lanço sem compromisso.
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço.
Tudo o que eu te peço
É por tudo que fiz e sei que mereço
Posso, e te confesso.
Você não sabe da missa um terço

Tanto choro e pranto
A vida dando na cara
Não ofereço a face nem sorriso amarelo
Dentro do meu peito uma vontade bigorna
Um desejo martelo

Tanto desencanto
A vida não te perdoa
Tendo tudo contra e nada me transtorna
Dentro do meu peito um desejo martelo
Uma vontade bigorna

Vou certo
De estar no caminho
Desperto.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tenho pra mim .




Após tantos chamados, meu queridinho, chega dia após dia, forte, ardente e ardido.
Dias de sol, sem chuvas, poucas nuvens desenhadas no céu.
Tenho pra mim, que arder é conseqüência, bem vinda.

Depois de um janeiro envolto em lágrimas, mesclado de grandes perdas e alguns ganhos, há de se ter um fevereiro de reestruturação.
Um mês mais curto, repleto de possibilidades para planos mais longos.
Tenho pra mim, acreditar é fato e lamentar é opção.

Venho de uma batida forte de trabalho, um estalar de chicote todos os dias bem certeiro e uma digamos, falta de tempo, para camuflar minha desorganização, constante.
Trupico aqui, caio acolá e levanto equilibrada mais à diante.
Tenho pra mim, que muito do que sou hoje, já era ontem.

Certa de um alicerce bem construído, chego com estruturas abaladas, porém, parto inteira.
Lido com a frase reconstruída por mim:- Pouco com Deus, fica faltando muito !
Blasfemo, mas arco com as conseqüências.
Tenho pra mim, que nem toda a nudez será castigada, ainda mais a das palavras.

Entra ano, sai ano e eu continuo com a máxima: - Do muito que tenho, muito ainda me falta.
Mesmo ganhando flores, (aliás, gradicida), ainda saio pelo mundo em busca de vasos.
Tenho pra mim, que isso é ser e estar viva.

Cristiane, tendo algo pra si e fazendo o meu!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tese.




A gente faz assim, dorme pra descansar, para no outro dia poder exagerar.

Acordamos sonolentos e dormimos acordados.

Nós vamos, mas vamos já planejando a volta.

Organizamos a vida, com o intuito de algum dia poder desorganizar.

O elas por elas, muitas vezes interessa! O zero a zero é jogo ganho!

Nas horas que valorizamos a zona de conforto, Zeca Pagodinho vira filósofo, com a célebre frase: Deixa a vida me levar.

Quando ela leva, a gente cisma de voltar.

Nossos pedidos à Deus, nunca são bem claros, para termos como reclamar.

Nunca era bem isso que dissemos, sempre temos um adendo, uma observação, um alerta no rodapé.

Na tentativa de fazer a Língua Portuguesa infartar, abusamos de pleonasmos viciosos e gírias que venham à calhar : Às vezes caímos pra dentro e depois corremos no intuito de sair fora.

São tantas e tantas desculpas, totalmente cabíveis e aceitáveis, que no dia seguinte, o que nos resta é ter fé.

Abusar dos res, é exercício diário, reestruturar, reorganizar, reenergizar,re-vergonha na cara tomar.

Procurar orifícios na lei que nos favoreça, é genético, nos sentirmos injustiçados é fato.

Na divisão, gostaríamos de ficar com a maior parte, não por egoísmo, mas por merecimento, claro, merecimento este contabilizado e medido por nós mesmo.

No frigir dos ovos, a verdade nua e crua, sobre nós mesmo, nunca é bem digerida, mas o ser humano, na tentativa de ser humano, salpica um temperinho e ela desce redonda.


Cristiane, introspectiva.