quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tese.




A gente faz assim, dorme pra descansar, para no outro dia poder exagerar.

Acordamos sonolentos e dormimos acordados.

Nós vamos, mas vamos já planejando a volta.

Organizamos a vida, com o intuito de algum dia poder desorganizar.

O elas por elas, muitas vezes interessa! O zero a zero é jogo ganho!

Nas horas que valorizamos a zona de conforto, Zeca Pagodinho vira filósofo, com a célebre frase: Deixa a vida me levar.

Quando ela leva, a gente cisma de voltar.

Nossos pedidos à Deus, nunca são bem claros, para termos como reclamar.

Nunca era bem isso que dissemos, sempre temos um adendo, uma observação, um alerta no rodapé.

Na tentativa de fazer a Língua Portuguesa infartar, abusamos de pleonasmos viciosos e gírias que venham à calhar : Às vezes caímos pra dentro e depois corremos no intuito de sair fora.

São tantas e tantas desculpas, totalmente cabíveis e aceitáveis, que no dia seguinte, o que nos resta é ter fé.

Abusar dos res, é exercício diário, reestruturar, reorganizar, reenergizar,re-vergonha na cara tomar.

Procurar orifícios na lei que nos favoreça, é genético, nos sentirmos injustiçados é fato.

Na divisão, gostaríamos de ficar com a maior parte, não por egoísmo, mas por merecimento, claro, merecimento este contabilizado e medido por nós mesmo.

No frigir dos ovos, a verdade nua e crua, sobre nós mesmo, nunca é bem digerida, mas o ser humano, na tentativa de ser humano, salpica um temperinho e ela desce redonda.


Cristiane, introspectiva.

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