quarta-feira, 30 de junho de 2010

Flores em minha porta.



Gosto de sentar para escrever, quando não tenho muito à dizer, quando quase tudo já foi dito, quando quase ninguém me lê.

Tenho a sensação que escrevo somente pra mim, que posso terminar o texto, rasgar a folha, deletar a página e ainda assim terá sido meu melhor texto.

Tenho uma mente tumultuada, pensamentos em uma fila nada organizada, sentimentos rebelados, conclusões espalhadas.

Desordem hoje é prima querida, sinto-me mexida, órgãos fora do lugar, enlouquecidos com uma bússola sem manual.

Dá-me Senhor a sapiência do usar os 3 minutos, onde eu possa, respirar, pensar, repensar uma ação e só então tomá-la.

Ultimamente tenho me embriagado antes do primeiro segundo.

Acordei e dei de cara com um sol lá fora que me chamava, veio contrariando a estação presente , veio ao meu socorro, lembrar-me que não estou sozinha.

Ontem deixaram espinhos, no meu caminho.
Muitas lágrimas , um sorriso forçado a se realocar.
Uma dúvida presente à me assombrar.
Um medo latente à me sufocar.

Hoje cheguei e tinha flores na minha porta.
Um sorriso, muitas lágrimas ...uma surpresa só minha, uma emoção só nossa.
Uma certeza de que , estou no meu caminho!
Acolhida me sinto, já respiro sem precisar massagear o Timor.

Sou toda agradecimentos, acredite, bastava-me os abraços de ontem, mas as flores alegram meus olhos, me trazem o recado de que é da nossa natureza conviver com espinhos e flores...

Sentir-me amada é um balsamo, não há ferida aberta que não seque, não há sorriso largo que demore á chegar.

Não era um texto de agradecimento, muito menos um texto de lamentação, sentei pra deixar a alma gritar e ela optou por só agradecer.

Cristiane, plantando flores.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tudo ou Nada...




Se é pra chorar, eu quero perder o fôlego, limpar as secreções do nariz, na manga do pijama, tossir, resmungar, maldizer o infinito, chorar meu choro mais sofrido.

Ter os olhos avermelhados e ardidos, o lençol encharcado, os lábios mordidos, coração e alma ilhados, estar e ganhar uma medalha, na categoria dos aflitos.

Quero ao soluçar, trazer os ombros às orelhas, não camuflar, não negar-me, não parar, enquanto não me sentir oca, vazia, sem forças.

Não vou, aceitar nada pela metade, se tem que ser comigo, será de fato.

Valente, brava, metida e destemida? Se me vê assim , Amém!

Eu daqui, às vezes me vejo, sem saída. Se não me dão opção, danço tango, funk, bolero, faço minha canção.

Minha mente, meu querer e meu ego, não me deixam viver como muitos, sim, eu aceito o julgamento, a soberba é minha aliada, me faz partir sempre para tudo ou nada.

Hoje, nada tenho, porque em algum momento me iludi achando que tinha tudo, nada além do tudo me serve.

Hoje, tudo tenho, porque em algum momento me conscientizei que nada tinha, nada além de tudo me serve.

Paradoxal, eu já sabia. O que me surpreende são os sustos que levo a cada dia. Eu me preparo, sintonizo, acalmo e confesso, não ameniza.

Se for para sorrir, eu quero gargalhar até perder o fôlego, engasgar confundindo meu sistema respiratório, não deixando ele saber se deixa passar o som ou o ar, primeiro.

Ter meu corpo tremendo, barriga doendo, baba descendo. Quero vários ombros amigos, para apoiar , quando o sorriso levar minhas forças, quando a felicidade me desestruturar.

Quero ofuscar a luz do sol, com a luz que emanar do meu olhar, quero esse brilho latente, um abrir e fechar de olhos repentinos, lágrimas destruindo o rímel .

Quero um riso largo, solto, bobo, algo que eu não tenha controle, um solo fértil, que sorva toda minha alegria, quando ela transbordar não cabendo em si nem em mim .

Não vou, me fazer de rogada, quando esse sorriso vir, vou me entregar, é meu , então vou sorrir até cair, porque sei que ele me fará levantar.

Boba, camuflada, pandega, abalada? Se me vê assim, Amém!

Eu daqui, às vezes me vejo abençoada. Se tenho opções, danço tango, funk, bolero, faço minha canção.

Ser feliz é obrigação, estar feliz é inerente à minha opção.

Uma vez li: -Sou um copo, sempre meio cheio.
Uma vez me denominei: - Sou um copo, sempre cheio e meio!


Cristiane, hoje, amanhã e depois, tudo ou nada.

Hoje ta difícil....




Não ia falar, não ia falar....... mas decidi falar... ufa que alivio , só o fato de aceitar falar já me alivia, se tem uma necessidade que eu não apreendi a burlar é essa de falar! Graças ao bom pai!

Hoje ta dificílimo, uma dor de cabeça do cão que eu não sei de onde vem, se vem da cabeça , se vem do coração , se vem do tendão... vai se saber...sei que veio e não ta afim de ir embora, eu já tentei de tudo, não dar atenção, e dói, tomar gotas e gotas de remédio e dói..., desviar o pensamento, e dói, não olhar para a tela do computador... ô dor!

O ano vai bem obrigada, o profissional, mil planos e não pasmem, já algumas realizações... não me desculpe por isso, eu só colho o que planto! Saúde tamus aí na atividade, ciclo menstrual normal rs... então deixa a cabeça doer que eu agüento.

Mas o coração ta assim ... não sei... hoje ta mais difícil, não nego, e negaria porque? Então falo, que falar é uma virtude...ao menos é a minha.

Que de mim sei eu ,pois é, ao contrario de muitos, sim eu sou a pessoa mais indicada pra falar de mim, eu hoje sei que ta difícil, um aperto, mas aí eu penso: - Se sinto um oco onde é que aperta? Se tem espaço não pode ter aperto:- Incoerência... olha ela aí pra me atormentar, falo de sentimentos e sou toda , parte por parte , de ponto a ponto incoerência.

Uma confusão de sentimentos, um tanto de quero com mais um tantão de nem fudendo, um mix de nem pensar nisso com talvez um dia, um tobogã de sim com nãosss, vou explicar isso não, até porque : - Cadê explicação?

Tem não , meus sentimentos são terra de ninguém, alforriados, libertos e libertinos, sedentos, machucados, assim são eles, respiram esperanças, inspiram confiança, transpiram arrogância.

Senhores de si, não aceitam meus conselhos, minhas vivencias, minhas querências, não duvidam de meus conhecimentos, de meus entendimentos , muito menos de minha inteligência, mas optam por me respeitar a medida que eu os respeite.

Faço eu o que? Respeito ué!

Quer sofrer, chorar e blasfemar, vai em frente... não esquecem que são meus e de burros nada tem, sabem bem que pra frente é que se anda... e lá vão eles... mas ... teimam, desacatam, provocam, são todos ousados, pirados, retardados, incomodados e olham para trás... sentem saudades, (incoerentes...... incoerenciaaaaaaaaaaaa), mas sentem, o que posso eu contra o que Deus me deu ... ?!

Deixo a lágrima rolar... sinto-me tonta mas , mais tonta ficará ela...deixo que role...,que despenque, que caia precipício a baixo, quem sabe ela sente um mal estar e para de querer se jogar...Uma hora ela vai entender, que pode se economizar para rolar de prazer!

Haaa isso é legal, lembrei que já chorei de alegria, tesão , emoção, então ta então , deixa ela rolar de saudades pra equilibrar essa minha vida maravilhosa , esse turbilhão de sentimentos que eu sempre me permiti... Haaa isso é legal mesmo... rs... lembrar e ter certeza que muitas lágrimas ainda vão rolar.

Pronto, já sorri, é assim... eu sou assim , não há nada que dure para sempre... e sempre quero é mais...

Cristiane, deixando rolar...!

Amanhã é outro dia, então melhor começar hoje!




Ao contrario de ontem hoje não segurarei o choro, se as lágrimas são minhas e fabricadas pelo meu organismo, porque não deixar que ele exponha seu produto, são minhas então deixo que rolem.

Vou chorar até ficar rouca, até não me sentir mais louca ,até que eu não me veja como tola, até os olhos incharem, até o sono chegar, vou dormir, vou acordar e vou dar uma pausa no dia para chorar, eu sei eu conheço a Cristiane que existe em mim, não vou guardar, não sou baú, lembram?

Vou exorcizar, vou me descabelar( sorte que cortei o cabelo antes, se não nem Gal Costa, muito menos Vanessa da Mata por mim), vou fazer birra, fazer drama( pouco mas vou rs...), vou bater o pé depois de ter batido a cabeça, quem quiser que bata palmas.

Não tem nada não, é difícil e como eu sempre disse, ninguém falou que seria fácil, então se é pra ser que seja, que eu tenha o que contar aos sobrinhos netos, que eu tenha uma história minha, vivida, sofrida e felizmente feita por mim, à contar.

Que seja eu a atriz principal, a mulher do caso verídico, a heroína, a mocinha, a primeira página do jornal, que seja eu à estar esfarrapada mas que seja eu ao final a ser beijada com um The End subindo no meu corpo.

Me disseram um dia, alias me disseram várias coisas, mas nem todas eu devia ter levado em consideração,  no entanto tem algumas que levarei comigo: - Seria no mínimo imaturo dois seres humanos pensantes não ir a lugar nenhum ! –Fomos, em e ao fim!

Pois é, vou, fui e continuarei indo, em quais condições depois eu conto, o porque depois eu invento, sou ser humano e tenho o mal costume de me envergonhar pelas atitudes dos outros!( alias fica aqui meu alerta para mim mesma, atenção isso precisa ser trabalhado).

Não estou me lamentando, não poderia, blasfêmia seria, ter o que tive, como tive, sentir o que só eu senti, não é para qualquer ser humano, sei do que falo porque falo de mim e para mim, acreditem, teria mil reencarnações e escolheria esse caminho mil e uma vez, rogando a Deus que me desse nova chance.

Tem uma coisa boa nisso tudo, dos meus sentimentos eu não me envergonho, escrevi um dia : - Não te desculpo pelas lágrimas de sofrimento que derramei, não te perdoo pela dor que senti neste relacionamento, porém...não deixo de agradecer o HOMEM que foi, e a mulher que me tornei em teus braços...

Como eu disse, me envergonho mais dos atos dos outros do que dos meus, amém!

Como diria Evita Perón lá na janela :- Não chores por mim, Brasil! Deixem o choro comigo, já que desta mesma janela, vejo um horizonte de sol.


Cristiane, desidratando, fechando e abrindo ciclos!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sem receita




Se alguma vez eu pensei em cozer uma vida, alinhavar um amor, perdoa-me seja quem for.

Devo ter terminado, fabricando sonhos, reerguendo desejos, alicerçando uma dor.

Perdoa-me, se perdi a mão no apurar, se me perdi no te aturar, se me achei no te amar.

Nestes altos e baixos, minha vertigem falou mais além, enjoei além da conta, sem me dar conta .

Meus pedidos de perdão, sei, não são verdadeiros, sou mais altiva que isso, não peço e nem faço menção, sobre o que não acredito.

No entanto, tem palavras que eu digo, não ligo.

Deixei de acreditar em receitas, manuais e manuscritos, hoje como diria um amigo, levo a vida no grito.

Meu esboço não tinha medidas exatas, minha planta inicial não teve demarcações definitivas, errei nas contas e no final das contas, noves fora, zero.

Recuso-me a desdenhar do que retive, orgulho-me de lutar pelo que nunca tive.

O melhor que tens a fazer é não esperar muito de mim, muito provavelmente vou superar suas expectativas, vou além do que desejares, isso pode lhe causar frustrações, desnecessárias.

Fica o dito, pelo maldito, o feito pelo desrespeito, o falado pelo não questionado, um fim próximo, acabado.

Não vou me iludir, achando que eu me encaixo ali, pegando item à item e me posicionando neles. Não vou me entusiasmar, quando pontuar a contento, do pouco que lhe conheço, muito não vale a pena.

Viver de migalhas, hoje não é opção. Cada qual, com seu caminho, cada um com sua missão.

Enquanto a realidade não chega, não abro mão da ilusão, dia sim dia não, me vejo tentando algo, recuso-me à achar que é em vão.

Cristiane, desacreditando das regras.

Um pouco de tudo.




O padre na hora da extrema-unção de VOLTAIRE(filósofo francês), lhe pediu para renegar o demônio, ele respondeu ao padre:

- Esta não é uma boa hora, para se fazer inimigos!

Bravos! Não é porque estou à beira da morte que vou deixar de pensar no adiante!

Tem uma lágrima presa nos meus olhos, ela teima em se jogar eu teimo em segurar. Quem puder mais ficará com os olhos menos inchados.

Sabe-se lá meu Deus, que aperto é esse, que dor é essa, de que veneno bebo. Procuro o antídoto, mas não acho, acho que o perdi, não por acaso.

Morro um pouco a cada dia, renasço um muito todos os dias.

Já rezei e esbravejei, me mantive na inércia e hoje não sei o que me resta.

Me destruí na sua ausência, me reergui com maestria. Danço e cantarolo, ainda me resta muita energia.

Tudo era melhor quando você me tinha.Olhos turvos, mente confusa, bobagens só minhas.

Um olho no futuro, dois pés fincados no presente, algumas lembranças que me fazem lembrar, que preciso esquece-las.

Tudo isso pra ser redundante, para dar uma volta na dor, enganar a saudade, maldizer o amor.

Quer descer, desça... role, molhe minha face, mas vá e me dê paz.

Quis ir foi, mas esqueceu de levar consigo, as mentiras que me contou.

Pago o preço, se é preciso que tenha um culpado, diga-me onde assino, qualquer coisa por uma noite de sono tranquilo, sem você nos meus sonhos, qualquer valor por um amanhecer em um novo amor.

Que Deus não me castigue, por maldizer o presente, por não valorizar quem me chega, quem me ama, quem ainda não mente .

Qualquer acordo faço, para que de hoje em diante eu me veja sem me apontar. Para que eu me julgue sem ter que sempre me culpar.

Sei, fiz o meu melhor, mas essa demora em esquecer me atormenta, lamento.

Pensei e repensei, quer o que?
-Viver livre do passado.
Nunca pensei em volta, mas também nunca achei que a revolta fosse me incomodar tanto.

Um Tango.
Um jardim.
Uma cadeira ocupada.

Sou mais que isso, preciso muito mais do que isso.

Cristiane, com a respiração à prestação.

Nunca o silencio, me fez tão bem .



Achei em verdade que esse dia não chegaria, ou se chegasse , seria possível que eu já não estivesse à espera dele.

Não foi por picuinha, nem em retalhação ao ato não concretizado, foi simples, claro, nítido, por opção.

Sempre digo que não tenho mais muito a dizer sobre o amor, mas em sentindo-o, sempre digo algo à mais, o difícil é entender que sempre foi à mais. Perdi a mão, a medida, o tempo.

Calei-me!

Nossa, que bem me fez o calar, dei descanso ao coração já rouco , dei espaço ao pensar , abri uma porta para o sentir em silêncio.

È quando nada funciona, eu lembro que guardo possibilidades, de pronto me vem um sorriso não contido, um ar de superioridade, por saber que eu, fraca, me fortifico.

Que disto não morrerei, padeço, mas me fortaleço, sofro mas me sinto viva, mais viva hoje, após esse silencio, guardado na manga.

Bordei florzinhas, descansei a espinha, cheguei a me cansar do descanso que me dei.Hoje a vida parece voltar aos poucos, tudo bem , goles de vida , também são bem quistos.

Pra quem tem uma cachoeira jorrando na cabeça , um gole morno de vida, há de fazer bem.

Uma desaceleração,bem vinda...

Algumas conhecidencias, no dia que respiro o ar ali parece chegar mais puro. Decido escrever, leio coisas, decido voltar à ativa e vejo nomes, enfim, não tem nada não.

Superei o desejo antes incontido de falar tudo, abracei o silencio , que me diz em segredo, que nem tudo foi feito pra se falar, sentir ainda é uma dádiva.

Aprendo que olhar o mundo acreditando em possibilidades , é um fato, não me iludir com tudo é opcional.

Cristiane, voltando em doses homeopáticas.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Passei a tarde com Alcione ...



Ai é tanta submissão, tanto sofrimento, tanta resignação nessas letras que ela maravilhosamente coloca a voz,  que eu chego a quase deprimir.

Tenho dormido e não tenho sonhado, a realidade, esta muito desinibida em minha vida, muito nua e crua.

Meus pensamentos não param, turbilhão mesmo, sei-lá o que esta acontecendo, já cheguei a pensar que tem algo a ver com o fato de Marte vir agora em Agosto visitar a terra.

É faz sentido...., tem visitas que mexem mesmo com nossas estruturas.

Ele quando vem, não avisa, sabe que sempre é esperado!Chega sem jeito,  no seu melhor jeito de chegar.

Dificilmente vem quando é convidado, não atenta nunca para a dificuldade que tenho em aceitar o chegar a convidá-lo.

Sua auto confiança, foi doada por mim, ele sabe, que não sou de doar nada e pedir de volta nem no primeiro desentendimento, muito menos no enésimo .

Botar fogo, no que fica comigo, é uma forma de sinalizar-me rs...

Se bem, que hoje já não brigamos mais, só existe briga e guerra quando dois lados querem a mesma coisa, só que de modos e para usos diferenciados.

Prefiro acreditar que sempre estivemos em lados opostos,   hoje estamos somente dispostos! A que? O futuro me confidenciará e eu não manterei segredo, não sou baú!

Não se compadeça, a vida é como ela é! *Ave Nelson Rodrigues*

Ele não contabiliza a vida, eu vivo em balanço, fechamentos e levantando arquivos mortos.

Visão, estreita a minha? Vida, com falta de perspectivas? Pessimista ? Não, mulher, mulher que não apreendeu maquiar resultados.

Meus limites, são os das possibilidades infinitas, um dia chego ao patamar de chorar só dos olhos para fora. Hoje ainda encharco a alma.

Sou passional, troco seis por meia dúzia e corro o risco de dar troco, meus sentimentos,  não conhecem seus direitos, são analfabetos de pai e mãe, não juntam lé com cré.

Nem mesmo para nômades, eles se dão, não conhecem culturas diferentes, não habitam nem transitam em outros seres. São xucros, ficam o pé na jaca que houver.

Há quem diga, que eu os maldigo, e eu lhes digo, meu corpo tem 70% de água e 30% de amor!

Hei de me envolver de novo em outras teias, enquanto sangue houver em minhas veias.(Alcione)

Cristiane, falando por hoje!

Meus quereres...



Bem, o velocímetro virou,  agora é tudo de novo com um esforço enorme, para fazer de tudo, com um pouco de novidade.

Lembram sou Brasileira não desisto nunca e insisto sempre!Tem frases minhas que gosto de repetir rs... só pra fixar mesmo:- Não vim ao mundo a passeio, mas quero visitar cada ponto turístico!

Olhem esse trechinho da letra de uma música que adoro:

Eu quis querer o que o vento não leva
Pra que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Pra que quem eu amo não mudasse nunca
(Um pequeno imprevisto de Luiza Possi)

Então... depois que descobri que querer eu posso rs..., não parei mais e as vezes consigo até realizar.

Eu optei por não ludibriar a vida, os fatos, os acasos e a realidade, quis viver de verdades, mas desejei um mundo de faz de conta, é eu queria uma Emilia tagarela pra mim, uma lâmpada pra esfregar, um gênio pra amar, um tapete pra voar, mas queria persa, uma varinha de condão, sem abrir mão da tiara de brilhantes da cabeça, uma roupinha de super heroína e um óculos com astes grossas pra me esconder.

Porque? – Por merecimento ué....

Por desejo, por crença, por mim !

Descobri que podia querer e de lá pra cá não parei mais, a realidade é essa, eu faço meu caminho e abro os portões pra quem eu quero que entre ...

Sejam bem vindos ao Maravilhoso Mundo da Cristiane! Onde ser você ainda é a melhor forma de se manter nele!

A verdade aqui é mais crua que sashimi e mais nua que as coelhinhas da PlayBoy!No entanto me diz quem nunca se arriscou em uma destas opções...?

Olha, leva vento, leva mesmo, arrasta tempo, mas arrasta com fé, que eu só quero que fique ou que fiquem, quem desejar, quem fincar o pé, quem questão fizer, quem por opção vier.

Nesse meu mundo aqui não tem hora pra chegar, mas acreditem existe hora, minutos e segundos marcados para ir. Aqui o Big Ben, sou eu que dou corda, eu que boto pra despertar, eu que jogo no chão.

Tudo isso pra agradecer, a família,  amigos e os demais que não acho denominação no Aurélio, nesta minha existência, por serem parte integrante do meu álbum de figurinhas, e deixar claro que até as repetidas me são muito queridas!!!

Cristiane, tentando completar o álbum da vida.

Fazendo o ar circular!



Eu disfarço, retardo, com sorte não infarto.

Tenho um coração insatisfeito, uma mente orgulhosa, uma sensação de dever cumprido e um pressentimento de que é preciso mais que isso, para que o meu ar consiga entender corretamente o que significa inspirar e respirar.

Quando ele entra, parece que não sai, quando sai, teima em não voltar mais!
Eu forço, contorço, me esforço, normalmente as engrenagens se encaixam, mas suo !

Tem que haver um meio mais fácil de eu voltar a respirar, de modo que meu coração se contente, que meu cérebro não rejeite, que meus tantos outros órgãos não se comprometam .

Isso, já foi mais fácil - não muito - mas já foi!

Talvez eu necessite de uma lipoaspiração nos meus sentimentos, coitados, optaram por viver em uma Sociedade Alternativa, em uma Vila de Malucos Beleza, em um momento onde tudo podia e o extremo era vizinho.

Ingeriram gordura trans, gases tóxicos, sódio em excesso, estão gordinhos, robustos e é hora de uma drenagem.

Sinto, como se eu estivesse forçando meus sentimentos à passarem por uma anaminese, sim, tenho que ver onde esta a solução, o problema já detectei.

Meus sentimentos tem algo de Maria Antonieta, patrona, insana, demente, incoerente, isso, louca sou, não nego, mas caso eu negue, me interditem. Tomem o meu País de mim, drenem meus poderes, não me deixem usar minhas influências, cuidado com meus afluentes.

Mas se eu for, farei como ela, ao entrar na embarcação, deixarei os tamancos, não levarei nem um grão desta terra comigo.

Mais um informe aos navegantes, caso realmente achem que meu preço é alto, e que não tens a menor capacidade e/ou interesse em bancar, entre, olhe, elogie ou desdenhe, mas não toque em nada, não que quebra com facilidade, não, alias é muito resistente, mas suas impressões digitais, nos darão trabalho para serem retiradas.

No mais, fico no aguardo de dias, noites, madrugadas, tardes e tudo mais que eu pedi a Deus –MELHOR- e ELE não terá coragem de me negar.

Cristiane, desobstruindo.

Fazendo contas...




Sou dada a excessos, ele me agrada, gosto que sobre , derrame , inflame, eu sempre faço muita questão, sou assim ... que se dane!

Gosto até das sobras, quanto mais sobrar , mais eu posso dividir, me agrada as somas, o agregar , compartilhar, me enche os olhos ver fermentar.

Recuso-me a ter uma medida certa , incertas tenho muitas, no entanto, penso , logo acerto.Nem sempre tão logo, mas o tempo me surpreende, vivo às voltas com ele e ele de propósito se alia a mim, mas antes sempre me deixa criar casos.

Me faz , fazer papel de incrédula, egoísta, egocêntrica, mal agradecida , sim, ele joga no meu time, torce por mim, mas não admite que eu leve todos os créditos.

Sei, dirão:- Que relação ! Mas é assim , eu o invejo , ele corre solto e livre e eu o pego sempre na próxima esquina. Fazemos uma boa parceria de sucesso, a troca é nítida.

Vivo com o peito apertado, mas mantenho os pensamentos soltos, a incoerência é prima querida, as evidências nunca escondidas , o fato de as vezes me sentir vazia, permite-me a doce loucura de acrescentar-me a cada dia.

Meu espelho é meu algoz, ele me cobra, me esfola, tem dia que me derrota. Vive para me questionar: - E agora José? Já chegou até aqui, pensa que vai para onde?

Rola uma lágrima , uma secreção do nariz, um olhar fulminante, um apagar de luz, um virar de costas, um resmungo ao fundo: - Estou indo e na volta te conto!!!

Um coração vazio faz com que meus sentimentos sintam-se a Bolsa de Valores de hoje, um sobe e desce danado, Salve Obama.

Nasci para viver amando, passionalmente, utopicamente, ser poetiza de versos tristes , musicista de tons agudos, letrista de choros, mulher de alguém.Ah... os excessos!

Fico assim , sem você, confusa e tudo é assunto, questionamentos e motivo para um pensar mais profundo.Fico querendo participar do Café Filosófico ( TV.Cultura), penso em discutir Física Quântica , baseada nas informações que Freud me deixou.

Tudo vira problema e eu me viro procurando soluções...Ah... os excessos!

Me ocupo, me desocupo, resmungo, faço cara feia, sorrio , agradeço, Ah... os excessos! Padeço.

Sou toda paixão, faço minha vida acontecer , vivo intensamente e a cada segundo, me alimento do que sinto, e no não sentir, me entrego, desespero, me torço e me contorço, blasfemo e tudo parece tão pouco. Ah... os excessos!

Cristiane , transbordando a falta.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Manipulando com clareza!




Eu leio você, pra mim, eu deturpo o conteúdo,  mudo virgulas,  altero antônimos,  incluo sinônimos,  abuso das exclamações, sumo com as interrogações.

Tenho um prazer surreal, ao ler-te. Você escreve para mim, mesmo quando leio no rodapé : - Não tome pra si!

Eu tomo, embriago-me, sorvo e verto algo exagerado!!!

Busco textos antigos, quando os novos não cabem meu pitaco,  arrasto o sofá e costumo levantar o tapete, sempre acho algo, que me cabe, serve, reverte!

Alimenta-me,  alimento-me ! De inanição, não parto .

Algo desesperador, hora dorme tranqüilo em seu berço esplendido, vez ou outra e mesmo vez em sempre, acorda me arrebata,  me inquieta, de forma tal, que os afazeres da vida, entram na fila.

Atrás, bem lá atrás.

Passional, desmedida, ardente, coerente à pulso. E o pulso, pulsa!

Já procurei vestígios de você em mim,  já me deparei com um acervo,  já já tenho medo de nada encontrar.

Valha-me meu São Perereco do Passa Quatro, Santo protetor das mulheres inquietas. Tenha pena de mim, livra-me desse cálice, mas não me deixe morrer à míngua!

Se não este, dá-me aquele.

Na falta dele, dá-me água. Rogo pela vida, ainda que sem suas letras, ainda que sem arremates meus.

Reescreve-lo é meu exercício diário, eu lhe edito, sem muitos porquês,  no entanto,  justifico ao fim, quando acredito no fim . – Ele sem mim, fica confuso, difícil de entender, prolixo, obscuro.

Chama-me de Lé, te reconheço como Cré !

Sei, não nego, os manuscritos originais são os que valem, mas à mim, vale a minha fantasia, meu sonho em te completar com maestria.

Te leio e meus dedos sentem-se aptos à falarem por si, são dez e os uso todos, a datilografia me deu essa autonomia!

Cristiane, não segurando os dedos e os sentimentos.

Emaranhando-me!



Eu procuro vestígios de você em mim.

Tenho dúvidas, um dia é diferente do outro.

Horas penso que nada ficou, horas penso que nada levou.

Meus pensamentos, já não andam tão soltos assim, já não fluem livres, como era antes de você ir.

Mesmo que sentisse sua falta, não confessaria, hóstia não aceitaria, penitencia, essa sim pagaria.

Falo para mim, porque eu me escutarei, compreenderei e segundo a Língua Portuguesa, mim não tem ação.

Nada farei.

Estou intermitente, carente, presente.

Penso em ficar quietinha, levantar a coberta e olhar, hora ou outra, pela abertura, para ver se secaram as gotas da minha janela.

Mas, sou eu que molho ela.

Gritar já foi uma opção, mas já gritei e sempre foi em vão.

Não quero que meus dias passem, enquanto eu espero que eles simplesmente passem.

As horas desta minha vida me são tão caras, porque hoje penso em ignora-las?

Ah! Que o peito aperta , voz me some, pupila dilata e as respostas não chegam.

Me nego a perguntar, mas assim sou eu, ou chega a mim ou não é para mim.

Não viverei questionando o amor que não me destes, nem a importância que me negastes, morro e até vivo, sem nada disso, mas, com todo o muito que me resta.

Prefiro acreditar que não veio porque, nada tinha a entregar.

Prefiro realmente acreditar que sou eu mais uma, porque se acreditar que fui eu àquela, aconteça o que acontecer, ficarei grudada nessa janela.

Vá mas leve com você, o que eu acreditei que era só nosso.

Não quero nada, abro mão dos ensinamentos desta estrada, perco, eu sei, também sei que devia aproveitar para a próxima viagem, mas a dor é tamanha que não me importo de começar do zero, sim, sim, sim, eu quero.

Querer nunca foi poder, mas quem pode, sempre quer!

Eu transito neste eixo, entre querer e não poder.

Cristiane, falando consigo!?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Coisas que eu não sei, não imagino e nem faço a menor idéia!




Cansei de buscar a razão para os meus sentimentos, mas também cansei de me sentir racional.

O Bial fala em paradoxo, eu rezo o terço da incoerência(continuo sentindo-me perseguida por esta palavra).

Talvez eu deva casar, minha mãe sempre disse:- Quando casar sara!Vocês bem sabem que as mães já nascem PHDs, em provérbios, profecias e afins.

Mas se me sinto machucada, seria melhor eu agir como antigamente:- Me machucou, não gostei, ta ferrado, vou te pegar na hora da saída!

Algo me diz que chegou a hora da saída, entre casar e descontar, opto por descontar é claro!

Até porque fazendo as contas certinhas, noves fora, .........................ZERO!

Entre minha somas e minhas subtrações, devo ter me perdido um tantinho e terminei multiplicando o que era pra dividir ou vice e versa, ou sempre vice?

Deus me livre, pé de pato, mangalô três vezes,  nada de sempre vice, eu quero o cargo principal, quero ser titular.

Mas não vou negar que as vezes versa, digo, verso, é, olha só isso, existe em mim boas influências e de quando em vez eu verso e sempre que posso proso.

-Querem saber? Ainda que não queiram eu  citarei: - Tão breve é o amor, tão longo o esquecimento!- Pablo Neruda!

Haa Chile, nem precisava nos mandar vinhos tao bons, Neruda já nos é uma degustação maravilhosa!

Há quem diga:- Coitada desta aí, como reclama e como sofre por amor!

Sei que dizem, eu mesma as vezes me pego com esse pensamento em mente!

Mas não se iludam, rs.... eu não me iludo, o foco é outro, rs... e a afirmação diária é mais ampla que isso, o veredicto é :- Isso sim é competência, veio ao mundo amar e ser feliz e conseguiu!

Vir ao mundo amar e acreditar-se amada( é,acreditar é opcional), nada tem a ver com sorte, essa coisa de sorte quem tem é o cara que ganha um ovo de páscoa na rifa que ele comprou no bar que freqüenta, eu não violão, eu sou é competente.

Porque a matemática é simples, minha felicidade compete a mim e não compete comigo!

Pra quem sabe o que isso quer dizer, e para quem por ventura entenda o que eu digo aqui : Pode beijar a noiva, que tudo esta apenas começando!

Isto posto, venha de vez em quando me dar um oi , mas deixe o tchau engatilhado, porque existe perdão por não ficares mas não por não teres desejado vir!

Cristiane, embaralhando a vida!

Analise sintática


Eu dou passos maiores que as minhas pernas, dizem por aí que alongamento é tudo e está na moda! Eu, que não sou dada a ficar fora dos grandes experimentos da vida, me abro, me alargo , me viro.

Pulo de cabeça ,em quase tudo que me meto- é sou metida-, tenho algo de desportista para com a vida, uma jinga de Daiane dos Santos, uma ousadia de Diego Hipólito, uma superação de Cristiane Gonzaga.

Costumo, assumo e resumo, faço jogos de palavras. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo , mas aprendendo a blefar, digo, jogar.

Negar, pra que? Nem tudo sai como eu havia rascunhado, planejado, registrado. Por vezes, tenho alguns problemas com cálculos, alvos, foco, e sou levada a recomeçar.

Dizem que recomeçar é bom e que sempre vale a pena o novo amanhecer, eu às vezes nem consigo ver o amanhecer, minhas lágrimas da noite em claro que passo me maldizendo ,atrapalham um bocado.

Mas sempre amanhece, graças à Deus!***fazendo o sinal da cruz e beijando os dedos***

É assim , simples assim , eu deito, choro, levanto choro, tomo um copo de água, choro, ligo a televisão, choro, desligo, choro, adormeço, amanheço e procuro um corretivo de olheiras forte.

Nunca penso, amanhã é um outro dia, mas meu subconsciente sabe disso, ainda bem , eu na verdade sempre resmungo algo como: - Fodeu , e agora?!

No dia seguinte, meu problema maior é outro, um guarda-roupas considerável e nenhuma roupa suficientemente maravilhosa, para o dia provavelmente maravilhoso, que terei !

Sou sazonal , passional, utópica e faço manha! Meu maior exercício é o de me conhecer e reconhecer-me em mim todos os dias.

Eu reclamo de barriga cheia ou vazia, faço questão que as coisas sejam do meu jeito , e não aceito que me contradigam, a vida é minha e porque eu deveria aceitar coisas que não me agradam?

Porque Nelson Rodrigues , disse que a vida é como ela é?

Então por favor anotem: -Minha vida , vai ser como eu quero que ela seja!

Cristiane, falando de mim!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quando as palavras não chegam , a gente manda buscar.



Uma a uma vão se chegando, agrupam-se, mas teimam em não dizer, porque optam por não ficar.

Terminam por não confessar, o porque de querer se calar, indo contra sua natureza, querendo quietas estar.

Dizem que de emoção, perderam-se , eu não acredito, digo que havia tantas coisas a se perderem, não seriam elas as primeiras a desaparecerem.

Duvido que não tenham escutado seus ruídos, na madrugada, seu sair desapercebido.
Há quem não queira se comprometer, sei bem como isso se dá, abstenham-se , se querem ir e não voltar, não serei eu a forçar.

Questionar é coisa minha, incomodar é resultado, se não me dou por satisfeita, ponho-me a procurar um outro meio para o meu desabafo.

Hoje que o sol forte está, não me conformo, como elas desejaram me deixar.

Penso em esgotar minhas possibilidades, vou fazer boletim , anunciar na mídia, colar cartazes e pedir encarecidamente que alguém às ache. Vou oferecer recompensa, *mil dinheiros*, depois dou a sentença.


Nesse ínterim, vou fazendo minhas considerações, se foi por qualquer motivo que tinha, se não tinha e arrumou , ou se não sabe a resposta, tentarei me conformar, com essa ida sem volta.

Se sou eu que com meus olhos turvos, não consigo ás ver, perdoa-me , em algum momento me perco em mim, posso ter me escondido sem saber.

Seja da forma que for, fica aqui meu apelo, volte palavras me voltem, eu sem vocês, não caminho para o fim , paro no meio.
Fico sem eira nem beira, caio na bebedeira, olho para trás e só vejo poeira.

Valha-me meu São Longuinho, traga minhas palavras, que eu prometo dar três pulinhos. Ensaio uma cambalhota, um rodopiar num pé só, um salto maior, um grito no escuro e juro por tudo que me é mais sagrado, termino com os murmúrios.

Por fim e não para o fim , quando voltarem me digam ao pé do ouvido, sussurrando ou aos gritos, porque fazem isso comigo?

Deixam-me no pior momento possível, se afastam quando eu mais preciso, sabem que sem vocês, perco o equilíbrio, sou muda sem água, só na sombra não resisto, muda sofro, me prosto, fico e não mais vivo.


Cristiane, faltando palavras.

Passado.




Tempo, eu sei, tenho sido injusta, a culpa não é só sua.
Desculpe, ou não me desculpe, soube conta-lo, mas não fui hábil suficiente para absolve-lo.

Culpado.

Hoje escutei: - Triste, é ver alguém querendo apagar seu passado.
Hoje pensei;- Triste, é saber que eu não o apagaria, por nada.

Culpada.

O fato, é que ninguém será condenado, existem acusações , mas não o suficiente para nos tirar a razão.

Se Deus fez cada um de nós diferentes dos outros, porque sermos tratados iguais?

Sou única, exijo méritos, cadeira cativa em local vip nesta vida.

Exigente.

Furto-me dos meus quereres, quando quero uma pessoa, ignoro alguns princípios e tudo que almejo é o meio , corro do fim.

Displicente.

Um levantar forçada, um acender de luz sem muita vontade, um dia planejado, uma agenda cumprida, mais um dia.

Erguida.

Uma noite, inesperada, um sorriso doado, um arrumar de cabelos sutil, um olhar fixado, um tocar de mãos leve.

Mexida.

Leio linhas que não se referem a mim, vejo gestos que não me dizem respeito, vejo um passado neste presente e não me encontro nele.

Um sol que insiste em me visitar, uma névoa que teima em não deixa-lo me tocar.

Passado.

Cristiane, em transição.

Para não dizer que não falei das flores.




As flores andaram reclamando, mandaram intimação, dizem que à elas não me refiro mais...

Que às tenho esquecido , que as mantenho intactas, porém empoeiradas.

Ameaçam partir, dizem que sem minha luz, sem eu lhes dar de beber, não se farão de rogadas, partem sem avisar e mais nada.

À princípio achei que fosse jogada das tais, mas agora olhando mais fixamente, vejo que muito não sobra e algo lhes falta.

Sentem, falta do meu dizer, do meu eu por perto, pasmo, mas causo efeitos mesmo evitando expor meus pensamentos.

Me amedronta saber que por não citá-las , por esquecê-las e deixá-las, umas ou outras não seguram suas pétalas, acho que de propósito deixam seu caule enfraquecer e mostram suas folhas mais amarelas.

Acho que gritam socorro , tentando me incriminar.

Eu que sempre delas falei, que sempre me permiti ver e senti-las, não escondendo minha admiração, hoje sou cobrada por ter dado de mais.

Mea culpa , eu não ter medidas e desmedidamente citá-las.Mimei demais as tais, hoje não me deixam nem sofrer e me recolher em paz.

Vez ou outra terminava , falando algo sobre elas e sempre me justificava ao fim, pra que não dissessem que delas não me lembrei.

Mas, a vida é assim , enquanto eu lhes fazia a corte, tudo era rosas, bromélias e gérberas, mas foi eu me descuidar , para até o lírio da paz, murchar.

Que me dêem as costa , quem se importa? Se não houve paciência para me esperarem voltar, reerguer e me reestruturar, que partam.

Mas que não deixem nem vestígios, que levem o aroma que sempre ficou no meu caminho, que recolham ao sair seus espinhos.

Aqueles espinhos que eu sempre convivi, sangrando aqui e ali, e ainda assim , mantinha-os por perto.

Se não nos entendemos mais, se tudo que vivemos não abastece o curto espaço que me ausentei, nada mais tenho a dizer, deitar-me –ei aqui e daqui recomeçarei.


Cristiane, tendo visões.

Aproveitando e despetalando.




Hoje tem sol e vocês já sabem né? Quando tem sol a gente fica mais quente, inerente, aderente, crente e persistente! Acordei querendo rimar, poetizar e cutucar.

Se não conseguir ir até o fim , vou me esforçar para chegar ao meio pelos menos, eu me perco nos pensamentos, me enrosco nas palavras e rodopio no agir, é assim bem fácil de entender, para quem tem boa vontade.

Li de novo: Se todas as flores
fossem permitidas
fossem ouvidas
fossem sentidas ....
Se todas as flores
brotassem de você
todos os mundos
quereriam te ter.( S. B.)

Não era pra mim não, mas eu li ué e de novo tenho algo a dizer, algumas , mesmo as flores, teem que ser barradas, ainda que belas e ornamentais, algumas se sobressaem e algumas comprometem o arranjo. Então que mesmo as mais belas sejam excluídas quando não bem escolhidas. Não existe culpa, preferência ou picuinha, cada uma em seu lugar, no seu tempo , na sua vez.

Ouça , mas não cale, fale mas não muito, se ser ouvida basta a ela, ouça-a , comigo não combina, preciso , ser ouvida, questionada, entendida e solicitada. Ou é assim ou deixe-me morrer no caule. Não me separe da minha raiz, ela tem muito de mim e eu tenho muito dela, se for para não me prover a vida , deixe que eu sobreviva por mim mesma. Não aceitarei água só de final de semana, nem um vaso qualquer onde eu seja colocada só de enfeite, muito menos feliz estarei ao ser substituída por outra com menos clorofila que eu.

Se posso sentir, então vou sentir tudo, angustia, felicidade, raiva, amor e rancor. Se me deixam essa opção, vou usar até a exaustão.

Se todas fossem ramificações de mim , o mundo seria amargo, chatinho e coerente? Será que teria um Pequeno Príncipe a me regar? E se tivesse, qual seria o grau de tédio desse ser ? Teríamos botânicos a estudar minhas estranhezas? Delas teríamos surpresas? Falariam tal qual a mim , ou mais que eu irritariam quem não agüenta a verdade e ou as minhas verdades? Viveriam perfumando o ar ou questionando a vida?

Haa, e quem tivesse.... pergunto eu :- Ia querer vender, trocar, passar nos cobres? – Sempre estaria de olho no modelo novo do ano vindouro? – Uma pétala mais possante , com número de válvulas mais intrigantes, seria sempre seu sonho de hoje e de consumo de ontem?


Sejam rosas, camélias, girassóis ,gérberas ou cristianes, plantadas ou colhidas, ainda assim , nos deixamos ser escolhidas. Não se deleite, não me aceite, não compre minha idéia, não darei troco, não cumprirei o contrato, portanto não existe garantia, meu tempo de uso, minha qualidade e tempo útil de vida vai sempre depender se existe , feed back , se há trânsito nas duas vias.

Então a pergunta que não quer calar e que nem poderia faltar :- Porque?

Cristiane, não juntando Lé com Cré!

Estranha...




Paira uma dúvida em mim, reflito, contabilizo, meu resultado é indevido.

Não sei se falta ou se sobra, hoje pela manhã olhei no espelho e eu não estava lá, me arrumei e vim trabalhar.

Estar em lugares diferentes, ver pessoas diferentes, estar diferente, me trás vontades diferentes, estranhamente me estranho, diferentemente me vejo.

Tereza Cristina canta: - Eu não sou mais, quem você deixou...!

Eu inclino a cabeça e me deixo levar nestas possibilidades, nestas desigualdades tão iguais.

Me senti sorteada, sem ter colocado o cupom na urna, não desta vez, já havia desistido de concorrer. Páreo duro, Jockey cheio.

O difícil é aceitar que eu sou só uma das opções, se propago e engrosso o eco dos que acreditam em possibilidades.

Egoísmo seria , se esse segredo fosse só meu.

Vem sol, que eu te espero todos os dias, sinta-se desejado, querido e creia em mim, mesmo gostando das possibilidades, ainda és meu preferido.

Vou e fico, como se lá fosse meu lugar, quando volto, a saudade é tamanha, que fica difícil acreditar que eu estive lá.

Gosto de um Porto Seguro, de algo fixo, de um lugar pra voltar, tanto quanto não me permito ficar inerte ao ir.Sim, eu vou, sim eu volto e planejo uma nova ida.

Digamos que eu seja uma nômade com residência fixa.Tenho endereço, apreço e milhas à serem usadas.

Cristiane, estranhando-se.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

É tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis. ( Pablo Neruda )




Haa! Que hoje estou Nerudada, dada e centrada em Neruda. Emaranhada, frustrada, inebriada !
Haa! Que hoje deixaria ele por mim falar, gritar, sentir e me guiar.

Haaaaaa! Que quantas e tantas opções, não me restariam se possível fosse, que Neruda hoje à mim viesse e a tantos chegasse.

Haa! Que hoje sinto sua dor e sei que ele displicentemente, entende e acolhe a minha!

Não me enquadro nesse contexto, de razoável nada tenho, nada perto de algo raso, sou profunda e de alguns poetas rogo distância.

Leve-me, que de leve hoje nada tenho, convide-me que aceitarei de bom grado, mas se por ventura eu fizer menção de uma possível recusa, com uma impossível desculpa, me arraste.

Use sua força, pode usar, estou dando o aval.

Aproveite que hoje sinto- me fraca, quase desfalecida, por pouco não in memorian !

Não entre no meu jogo, não jogue, só me obedeça! Eu quero ir e mesmo que diga o contrário não me dê ouvidos, hoje preciso de outros órgão, outros membros, dê de ombros ao que conhece de mim,  por fim, me ofereça esse mesmo ombro, vou precisar!

Nem pensar em tentar me fazer lembrar que sou forte, que por essas já passei e que por muitas ainda vou passar... – Xiu! Não quero escutar!

Batalha mental, hoje não.

Hoje não é dia de me adular, me idolatrar, nem tentar me enganar!

Me pegue pelas mãos e me leve, se não pelos cabelos, pelos tornozelos, pelos pentelhos, não me importo como vou, estou focada em chegar!

Haaaaaaaa! Por favor sem perguntas, sem respostas, só ações..., hoje não é o melhor dia de questionar-me nem fazer com que eu lhe questione, trégua, pausa, só por hoje, por favor!

Vamos me diz o que custa uma vezinha só, um diazinho só, um momentinho só, fazermos algo sem pensar?!!!

Quero me jogar, me furtar, me enroscar, aproveitar o êxtase da vontade, usar da melhor forma, o que de forma alguma eu ousaria fazer.

Hoje quero viver Neruda, mas recusar-me a ser ele e de amor não viver e sim só sofrer!

Entregar-me a isso é como tirar a tarde de folga, às vezes possível!

Cristiane, plantando possibilidades, criando verdades e cultivando coragem!

Um momento febril.





Sinto meu corpo quente, um pouco é febre, um pouco é manha, alma e o corpo se rendem.

Meus olhos, apesar dos artifícios, perderam um pouco do brilho, porém, hoje enxergam um pouco mais longe.

Eu quis, querer o que o tempo não leva, para que ele não levasse o que eu queria.Quis usar de artimanhas da minha inteligência, para deter o que não tinha.

Salvei todos meus dedos, me sobraram alguns anéis, não pasme, eu tinha esconderijos, reservas, ressalvas.Estava alerta, sabia que mais cedo ou bem mais cedo, só ficaria o que me pertencia.

Não sou dada a fazer acordos, sem estar acordada.Sei, eu sou sonhadora, mas meus sonhos, são velados.

É tanta imaginação, tanto querer, tanta ação, que me emaranhei nesse jogo, por inteira, agora, não soube voltar aos poucos. Me joguei nele e hoje me atirei na direção contrária.

Não me avisaram que ser intensa doía tanto, já que eu ao ser intensa, era só amor e fervor.

Hoje por acaso, ri de um tanto de coisas, ações, reações e confusões. Faço minhas opções.

Tão forte e tão vulnerável, incoerente, meio, lado e frente!

Tantos porquês, separados e juntos. Eu solta!

Isso, quer dizer tantas coisas, mas Isso não tem autorização para esclarecer, não ousa!

Minha face queima, meus olhos se fecham, minha mente se abre, meu coração arde.

Me envolvi com Neruda, agora não sei fazer poesia sem a dor do amor, não sei amar sem poetizar.

Um dia a gente se abre,  vê tantas possibilidades...

No outro dia, a gente se fecha e culpa a verdade.


Cristiane, delirando!

Que me venhas...






Que me chegue, desapercebido, de surpresa mas muito bem recomendado.

Que me venhas, eufórico, enlouquecido, mas que sejas muito bem centrado.

Que venha pelo tempo que desejar ficar, que tenha hora para partir, mas que não deseje me deixar.

Que me traga um sol todos os dias, que durante algumas noites me ofereça um luar, mas que não minta, quando nada tiver à me dar.

Que se nada disso for possível, que o impossível nos faça um par.

Que saiba, que nada disso preciso, que nem tudo desejo, que basta me amar.

Que eu tenha o que oferecer, algo sempre à trocar, mas não deixe nunca de me priorizar.

Que eu sinta falta Dele e que Ele não tarde à chegar.

Que a distância que nos separa seja sempre, contada em minutos, que o tempo que estivermos juntos seja infinito.

Que seja como eu desejo, que a verdade seja dita.


Cristiane, dando boas vindas.

Dos vasos que te dei!




Tenho um vaso rompido.
Quebrado, dilacerado...
Sofrido.

Tenho um vaso, vazio.
Vazado, esvaído...
Sem plantio.

Não era interligado.
Não se fez de rogado.
Partiu-se.

Hoje eu vazo.
Mas, eu já retive.

Uma artéria aorta, entupida.
Uma velha horta, morta.

Um recipiente, denominado.
Um isso, do que já fui, naquilo.
Um vaso, vazado.
Evidentemente, vazio.


Cristiane, vazando sentimentos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quando respirar fundo, não basta!




Enquanto esse frio me invade, meu coração arde. Algo como toma lá, dá cá, venho aqui e deixo os dedos falarem, sem regras, punições ou restrições.

Não vim ser poética, nem política, vim, abrir os pulmões, justificar minhas razões.

Coisas acontecem, eu aqui encolhida e nada recolhida, perco algum tempo reclassificando-as. Agora sabem meu segredo, eu arremato, recorto, desato os acontecimentos.

A idade, vivencia, as vitórias de primeiro lugar e até as de vice, deixaram algum aprendizado, nada  nunca é igual.

Engolir um choro, não vai me trazer rancores mais fortes futuros.

Me controlar em situações adversas, não vai fazer com que eu seja taxada de fria.

Acreditar e fazer uso das possibilidades, não me faz simplesmente ser insistente.

Minha vida tem o lado bom e o outro ótimo, as bordas são recheadas, a embalagem é de grife, o entregador de qualidade.

Eu reclamo de barriga cheia, até ter coragem de fazer uma lipo, eu choro um choro velado, mas tenho um sorriso marcado.

Nada parecido com algo fácil, aliás, procuro e não acho essa palavra no meu dicionário.

Tenho dúvidas, tenho questões não respondidas, não por acaso, tenho respostas escondidas.

A realidade é forte, dura, me assusto.Chego a ter medo, sim eu sinto medo.

Ainda paro de frente à uma bifurcação e tenho a sensação que necessito de uma ajuda divina.

Que vou, vou, que chego, chego, mas tenho o desejo de ao menos uma vez não chegar, fatigada.

Não se penalize por mim, triste mesmo seria, não viver o que vivo, não ter o que tenho, não chegar onde chego, todos os dias.

Em meados de inverno, às vezes respirar fundo ameniza, outras tantas vezes, uma xícara de chá preto, algumas gotas de limão, três colheres de açúcar refinado, um relaxante muscular e a novela das oito, é o melhor remédio.


Eu rumo ao inverno melancólica, cinza, descrente, só por hoje!

Cristiane, acinzentada.

Valha-me meu São Valentim!!!




São Valentim é o Santo dos namorados, foi condenado à morte porque o Imperador Claudius, não queria que casamentos fossem realizados na época da guerra, ele dizia que homens solteiros lutam melhor! -E o tal do Valentim lá, casando, casando, casando o povo, e ainda por cima, com a cabeça à premio para a guilhotina, se apaixonou pela irmã do moço da guilhotina( vulgo, carrasco, olha só que tipo de cunhado ele ia arrumar), a moça era cega, dizem que a moça voltou a enxergar ( por isso virou Santo), mas a cabeça dele rolou assim mesmo, mas antes ele lhe deixou uma carta, assinando... Seu Namorado.

Meu São Valentim que me desculpe, eu concordo com o Imperador Claudius!Cortem a cabeça de quem defende os namorados, mandem os homens pra guerra, deixem eles lutarem de igual pra igual, que quando estão em posição de nossos namorados, a guerra é desleal, falo por mim e me sinto sempre sendo atacada.

Aproveitem e cortem as asas desses tais cupidos, desejo que a flecha deles enferruje antes de acertar os alvos que escolhem pra mim( e que o fulano não tenha tomado antitetânica).Na melhor das hipóteses, levem o cupido que Deus deixou pra cuidar de mim ao oftalmologista, é vesgo o FDP.

Essa semana vai ser longa, já estou vendo tudo, semana de dia dos namorados, eu fico mais amarga, o povo não tem o que falar com você e vem sempre com aquelas perguntas chatinhas: - E aí, vai dar o que?- Ganhou o que?-E o namorado?

Eu, com a paciência que me é peculiar, sou obrigada a dar uma risadinha e dizer: - Não namoro! Curta e grossa e já emendar outro assunto. Povinho mais desagradável, mais sem noção, acham mesmo que se eu tivesse um namorado não ia mandar estampar uma camiseta com os dizeres: *Sorria, eu tenho um namorado*

Imagina, se eu namorasse ia exibir ele como se fosse a minha primeira medalha da minha primeira maratona, minha figurinha premiada que completa o álbum, é aquele álbum que a editora Abril, já retirou das bancas, ia me sentir a última bolacha negresco do pacote, a rabanada do natal, o ovo trufado da páscoa.

Por orgulho? Por achar que um namorado é um trunfo, um bem material adquirido e eu tenho que exibi-lo? Nãoooo, minhas queridas... nãoooo mesmo....

Faria isso por amor, por orgulho, pela sorte de ter encontrado nesse mundão de meu Deus, um ser que compartilhasse dos meus sentimentos, dos meus pensamentos, dos meus desejos e das minhas loucuras, só por isso, se é que podemos chamar isso de só!Não assumiria um namoro que não fosse por amor, por desejo, por orgulho, porém de ambos.

Não sou a favor de denominações em relacionamentos, a menos que eles os relacionamentos e os envolvidos nele, estejam certos de onde e como estão, e em se estando, podem chamar do que quiserem que eu aplaudo em pé, tiro o chapéu  o cachecol ,as luvas, o espartilho, se necessário for.

Mea culpa, mea culpa, slap ! slap!slap!, sim, eu sinto uma pitada de uns 3 grãos inofensivos de inveja de quem, tem um namorado pra chamar de seu.


Cristiane, tentando passar por essa data sem traumas!

Junho/2008

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Em reconstrução.





Acordei, nem sabia se tinha sonhado, mas levantei .
Lavei o rosto e meu olhar, já não estava mais tão turvo.
Não soube dizer se era visão, mas optei pela demolição.

Fácil assim, subiu torto, derruba.
Não tão fácil assim, foi chegar a essa conclusão.
Disse meu cérebro ao meu coração;
- Tenha medo não! O Alicerce é dos bons!
Vou eu, não escutar esse Engenheiro e esse Artesão?

Correr dos meus propósitos, para que?
Deixe, eu paro quando morrer!
Aprendo todos os dias, a me reerguer.

Fiz parte daquele jardim.
Tem vestígios meus ali.
Tem uma cadeira que não me era cativa.

Ser parte já não me era interessante.
Ofegante,cantarolei e entendi o que a letra da música me dizia.
Estou construindo o meu jardim.

Onde eu me dôo toda e ele torna-se meu todo.
Todo meu.

Sou egoísta, fugir disso é como correr em direção ao abismo.
Tenho medo de altura, mas amo a profundidade.

Haverá plantas delicadas, mas vou querer algumas mais resistentes.
Talvez lírios da paz.
Talvez, paz.
Talvez, árvores frutíferas.
Talvez, novos frutos.
Talvez, cactos variados e coloridos.
Talvez, plágios e lembranças.

Tenho colaboradores e desta vez estou experimentando o outro lado.
Algo como, lado a lado.
Não nego, negar pra que?
Isso é diferente, isso hoje me agrada.

O desejo é aprender a usar a sombra que se fez em meu olhar, como refúgio para algumas espécies, mais raras e mais sensíveis, mas usar toda a luz que tenho para as mais resistentes, assim como eu.

Cristiane, com algo de Vander Lee, construindo meu jardim.

Desentendendo.





Venha me dizer, que de mim nada levou.
Que pra mim, nada restou.
Que de ti, nada ficou.

Mas venha sem dialetos, sem enigmas , venha traduzido, exposto, resumido.

Não me fale dos outros, das outras, desse povo todo.
Fale de você, dessa pessoa que até hoje , teimo e tento entender.

Se calar for sua opção, abra uma exceção e me diga porque o contato a ligação?

Dias e dias se vão, promessas, convites, conflitos, em vão.

O que mudou, o que se transformou, o que acrescentou?!

Nossas vidas caminham , num crescer constante, em um paralelo permanente, em meio à bifurcações, rotatórias e esquinas mal posicionadas, passamos nós, marcando nossas trajetórias, sem nos encontrarmos.

Não há o que lamentar, pior seria , viver , sem por tudo isso passar.

O meu crescimento pessoal, é muito pessoal para que seja invejado.
O meu crescimento espiritual, vai muito além de alguns entendimentos com ressentimentos.

Se o meu passado não pode falar por mim, se afaste porque o som do meu presente vai te incomodar e a acústica do meu futuro, vai fazer você surtar.

Não existe culpados , não existe culpa, existe a responsabilidade por teus atos , a magnitude do dizer : Eu fiz isso.

Fique onde esta, porque somos muito iguais, para nos acompanharmos e muito diferentes para estarmos .

Venha e faça valer sua vontade, com responsabilidade sempre .
Fique e abra mão das suas expectativas, sem lamentar , que eu deixo o vento, bater em meu rosto e me carregar até a realidade.

Cristiane, operando em off.

Desacorrentando.




Desconfio das Razões do fim, são elas justificativas vãs.Sou eu, ser humano, querendo ser humana.

Ainda tenho calafrios, tremores e arrepios, ainda tenho um sangue que mesmo quando morno, ferve.

Um gole do teu veneno, te ofereço, um trago do meu antídoto, mereço.

As tentativas continuam, não pense que algo mudou, algumas transformações estão mais nuas, mais cruas.

Tenho razões para manter o movimento de avanço, definições lógicas para, desta vez, me permitir visitar outras dimensões.

Não me desculpe por isso, o jogo é seu e você lança os dados, eu ganho o jogo.

Diz-se por aí, que tem coisa que é pra vida toda, eu digo por aqui que tenho uma vida toda cheia de coisas.

Não tem muita graça ver coisas e pessoas indo, mas é engraçado como não deixo lacunas na vida, meu exercício é preenche-las e nunca justifica-las.

Ficam as lembranças, as histórias e a consciência de que tudo que vem, vai.

Chico esta em horário nobre, cantando isso aos quadriláteros...

... Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação ...

Reforço o refrão... Sei lá...!

Se este é o processo normal, da vida a morte, da chegada a ida, porque teimo em reter coisas, pessoas e sentimentos?!

Decreto o dia do Livre Arbítrio Desacorrentado, deixo que amigos, amores, desejos, sentimentos, bens materiais e até minha benevolência instantânea, façam uso do seu querer, sem que eu faça valer o meu antes, fiquem se for opção de cada um .

Cristiane, querendo ver onde a vida vai, sem minha interferência.









Vinicius de Moraes
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão
A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão

terça-feira, 8 de junho de 2010

A loucura do excesso da falta.





Quando excede essa falta, eu me vejo, me olho e não me encontro.
Me perco, me acho e não respondo.

Louco mesmo, é esse sentimento de sanidade aflorada.
Hoje não há internação que apazigue, muito menos um antídoto milagroso que, me iluda na esperança da cura.

Existe uma falta constante, ponto
Até porque, o todo, preenchido é sinal de fim.

Paradoxo, dias cinzas, visão mais clara.

Sentimentos sempre decifrados, uma esfinge triste, não por acaso.

Foi, como veio e como esteve, sem um objetivo maior, sem uma responsabilidade com o próximo, logo, próximo please.

O silêncio grita, a falta transborda, eu sem mistérios, decifro o que nunca me foi enigmático.

Tenho um propósito maior e não propositalmente a vida me testa.

Hoje já não me importo com isso, mas aquilo me incomoda.

Opto por não viver cutucada, fim da chegada.

A sanidade mental, me coloca em xeque, com a minha loucura sentimental.

Pior seria, o inverso todos os dias.

Que o universo conspire para a minha loucura, baseado sempre, no meu foco presente.

Cristiane, analisando a bula do gardenal.

A gente pensa que escolhe...





Não foi opção minha, essas olheiras, esse olhar de peixe desencarnado, essa dor no corpo , aproximadamente próximo aos brônquios.

Cheguei a querer ficar quietinha, mas não foi opção minha, ficar.

Sei dirão: Foi sua opção.

Sei, negarei : - Minha não!

Hoje acordei melhor, não posso negar, após, três tacinhas de vinho ontem à noite  o dia de hoje teve uma nova conotação.

Já acho que ta no fim, que meu copo esta meio cheio, que não esta frio e sim fresco.

Obama * assumiu, disseram que tudo agora vai melhorar, eu quero acreditar.

Ele cuida dos deles, eu cuido dos meus, vamos fazer uma boa parceria.

Resta minha mente se alinhar ao meu corpo, meus desejos às minhas realizações, e eu à alguém.

Acordo, sem querer levantar e levanto ainda sem acordar.

São tantos quereres, que meu corpo pesa, a alma transborda, fazendo meu nível de consciência parecer baixo.

Sei, aparências me enganam.

Eu disse que não choraria o leite derramado, mas enquanto limpo esse fogão, faço considerações.

Considerando que, algo deu muito certo e depois deu muito errado.

Penso que matemática, não é o meu forte.

Passo dias à fazer contas e elas não batem.

Minha prova dos nove,deu diferença!Os elementos eram diferentes, o conjunto era vazio.

Enquanto eu somava, ele dividia, enquanto eu tentava multiplicar, me subtraiam.

Noves fora, zero!

Valei-me meu São Pitágoras de Samos.Livrai-me dessa sensação de perda, do que não era meu.

Cristiane, inflacionando a dor.

Á espera de um milagre.





Perdi a mão, em algum momento, perdi.
Tenho a impressão que fiz demais, ou talvez tenha esperado de menos.

Vejo frases soltas, largadas pra mim?Certamente não, sempre foram pra si, não seria agora que o umbigo ia deixar de ser o foco.
Tenho dúvidas, as mesma dúvidas que nunca deixei de ter, tenho medo, aquele medo que ajudou a me reerguer.

As fotografias estão fora do contexto, a origem nada tem a ver com o caminho. Repito o foco era a paisagem.
Entendi, que a paisagem é a mesma, para muitas.Especial ali é o trevo de quatro folhas.
Sorte às transeuntes.

Melancolia é igual gripe, vai e vem, mesmo se estando vacinada.

Talvez o milagre tenha vindo, na hora que eu tenha saído. Não cumpri o combinado, saí antes da hora marcada, porque não sou eu que as marco.

Já abracei esses ponteiros, tentando insanamente para-los, já me pendurei neste mesmo ponteiros, desejando que eles fossem mais rápidos.
Nada adiantou, logo, penso que não me atrasei.


Milagres seriam bem vindos, como prêmios merecidos. Se por acaso tiver alguém que mereça mais do que eu, diga, fale, não minta.

Desenvolvi um dispositivo de força interna, esses altos e baixos, ocorrem quando esta força internada, tem alta e opta por se externar.

Não aprendi a calar.

Ainda sou a mesma, incoerência seria, só por conta destas tantas mudanças eu me transformar em outra. Não ousaria roubar o posto de ninguém, eu sou e estou eu.

Ainda desejo ovo de páscoa próximo as festas Juninas, mas hoje eu faço um estoque, ainda durmo com o celular ao lado, mas hoje coloco no silencioso.

Coisas mudam, outras nem tanto.

Tem coisa que não muda, tem muda que vira árvore e tem árvore que nunca cresce.

Cristiane, na fila do milagre.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Tempo da sintonia.




Falo, sempre que posso sobre o tempo, quando ele me falta , sinto falta da sobra e vice versa, hoje sem separações.

Houve um tempo que eu ouvia mais, houve um tempo que eu falei demais.

Neste meio tempo, desenvolvi o projeto de um aparelhinho que mede nossa sintonia, não desejo fazer alarde, ainda não registrei a engenhoca, fico com medo de pegarem minha idéia.

Em verdade, é um medo restrito, opaco e manuscrito, nada que me faça temer, mas tremo só de pensar no fato de que levem o que nunca foi meu, trauma, é fato.

Esse meu termômetro de Sintonia não é à base de mercúrio, é à base de mertiolate, hoje
com nova roupagem e já não arde como antes ardia.

Uma alusão à dor que vai amenizando, ao machucado que vai sarando, mas que terá sempre uma cicatriz me lembrando.

Os testes que tenho realizado com o meu termômetro da sintonia, têem me deixado com muitas dúvidas.

Um sobe e desce danado, mas tenho consultado todos os dias.

Ontem quando olhei, ele não se mexeu, fez –se de morto, pensei: - Faleceu.
Estava lá estático, sem marcação aparente, encostei o ouvido, silêncio, bati: - Tem gente?

Hoje, não agüentei, fui lá e chacoalhei, uns três berros, uns e-mails e o marcador reviveu.

Fraco eu sei, nem tão franco constatei.

A sintonia que ontem não existia, hoje tem nova melodia.

Sei que tem muito a se ajustar, mas vou desenvolver um sisteminha, para me acalentar, essa coisa de só subir o ponteiro, quando eu chacoalho, me irrita, me faz querer, quebra-lo.

Hoje falei à essa sintonia sobre o direito de ir e vir, mas ela me falou sobre o desejo de ficar.

Para que não haja briga, como boa cientista, ponho-me a testar.

Vamos assim nos aplumando, faço eu minha parte, vai ela esperta, me levando.

Cristiane, questionando a sintonia.

Dualidade longe da banalidade.




Estou indo, devagar, mas eu sinto que estou me afastando.

Nada de passos largos, na quietude, sem alardes.

Algo me diz que eu já devia estar lá, mas eu resisti, insisti, fiquei.

Desta vez, algo mudou, transformou, algo de mim informou-se, formou-se!

Alcione quase me tira as esperanças, acreditei mesmo que, uma vez aqui, nunca ali.

Mas Chico, persistiu no propósito de me fazer entender, que a raridade não esta em quem me ama e sim em quem eu amo.

Sei nem tudo que digo é claro, nem todos compreenderão Chico e eu ,criamos uma afinidade tal, que ele diz a mim quase sempre, o que sempre desejei ouvir.

Não é para todos, criei meus caminhos. Crie o seu , não ouse pegar atalho no meu.

Negar pra que? Ainda vivo embalada por esse dueto, mas minha dança hoje é de movimentos.

Leves, precisos, um rodopio mais ousado, uma requebrada mais insinuante, três notas depois, eu no meu ritmo .

Eles se completam, deixam o dito pelo não dito, defendem pontos de vista iguais e depois se contradizem, hora um fala mais forte em mim, minutos depois, só ouço os gritos do outro.

***Alcione, que diz sempre voltar, hoje sustenta o ir.
...
Agora resolvi deixar você em paz
Porque vi que mereço muito mais
Perdoe a presunção
Mas sei que muito tenho a dar
Amor é emoção
Que não se pode sufocar
Por isso declarei o amor
E quem sabe um dia
Virá de vez pra minha companhia
E ei de me envolver denovo
Em outras teias
Enquanto sangue houver
Nas minhas veias ***

***Chico, chega a ter aqueles olhos claros em águas, não resiste e provoca-me.
...

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...***

Assim, sigo à diante, com leves olhadelas sob os ombros.

Cristiane, nem lá, nem cá,  próxima, bem próxima dalí.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fica Combinado assim...




Eu quero sempre mais e quase tudo é pouco pra mim!

Egoísta, egocêntrica e tudo!

Mal agradecida, pecadora!

Que seja, mas, que eu seja eu !

Blasfêmias à parte, mas hoje eu transbordo um vazio!

Não é um vazio somente interior, é algo de megalópole, urbano e até cidadanesco(sei essa palavra não existe, mas as lembranças me fizeram lembrar dela)!

Que me julguem culpada ao final, não me importo de pagar o que devo.

Às favas, com o olhares atravessados que recebo. Apenas arranquem essa dor do meu peito!

Amanhã vai ser melhor!

- Me acordem ao amanhecer.

Sei não tem jeito, não havia solução, não questiono, mas me pergunto todos os dias : - Porque?

Há os que não se importam com o passado, os que não tem passado e o que não sabem o que eu tenho passado.

Sim, o futuro também me interessa.

Sim, sim e sim de novo, o presente esta valendo muito a pena, pena mesmo é o receio da entrega.

No entanto, o passado me faz lembrar que eu não sei ir pela metade, vou inteira.

Hora destas, estarei lamentando o presente e reclamando de coisas novas e mais ardentes.

Não me desculpe, se hoje lhe pareço insatisfeita, as aparências me enganam !

Um dia melhor, um dia pior, mas tenha a calma que eu não estou sabendo ter, vou aprender com você à esquecer.


Cristiane, combinando um futuro!

Acordando...






Vai, pode ir, mas vá enquanto eu estiver ainda dormindo, ainda sonolenta.

Saia sorrateiramente, não faça alarde, me deixe ali na cama, enquanto meu corpo ainda arde.

Quando for, não olhe para trás, estarei largada, embriagada com o excesso de meus sentimentos.

Vá, não lamento!

Tome o cuidado, de ver se não terei como ter alguma reação, apague a luz, tranque a porta, prefiro a escuridão.

Quero acordar e sentir que já é tarde.
Quero acordar certa que fiz o que tinha que fazer, que fui onde podia ir, que não adianta correr.

Quero acordar e escutar a agulha arranhando a ultima linha do vinil, quero olhar no chão e ver o livro jogado no tapete com o marcador na última página.

Vou me esforçar para abrir a janela e ver fogos de artifício no céu, quero acordar e entender que é fim.

Quero uma vaga a mais na garagem, uma cópia de chave em cima da mesa, uma porta entreaberta no armário de roupas... vazio.

Quero entender que, tenho algo meu, nem que seja, vaga, espaço, possibilidades.

Quero não precisar me esforçar para acreditar, que o que esta por vir, será bem vindo.

Porque tenho  esforçado-me bastante, para entender que o que foi,  foi bem ido!

Vou acordar mais eu, mais minha, mais centrada, afiada, refinada, pronta para ser amada.

Então... entender que cabe... Lenine
É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão

( A medida da Paixão- Lenine)


Cristiane, sonhando com a realidade.

A realidade de perto.




Tenho lágrimas que não seguro e um riso solto, não o prendo.

Tenho verdades que eu propago e mentiras que eu não escondo e todas elas, são só partes de um todo, que eu não invento.

Partículas que estão longe de terem sido destroços, células multiplicadas, vida escolhida.

Um processo de prosperidade, sem cortar caminhos, vivendo tudo ao mesmo tempo agora.

A visão do outro sobre mim , não me intimida, me assusta , mas não me detém.
A visão que tenho sobre mim, me detém, mas sou mais forte que isso,  sigo.

O meu exercício diário é me conhecer e ainda me sentindo estranha à mim, me reconhecer.

Difícil acompanhar o raciocínio? Calcula acompanhar a pessoa que sou!

Nem melhor , nem pior, apenas diferente! Porque quando nasci, me disseram que eu era única, acreditei e levo isso comigo.

Hoje me comparei à tantas, mas todos os dias me sinto tão desigual de muitas.

Confusão mental, discordância sentimental, o avesso do reciclado, e tudo tão natural.

Vejo pessoas pedindo similaridade, eu levanto a bandeira da desigualdade, não me compare, não me iguale, me trate como eu mereço ser tratada.

Não tenho medo dos meus atos, as minhas verdades doem sempre mais em você do que em mim.

No frigir dos ovos, na retirada da maquiagem, estarei lá, de olhos bem abertos na minha direção.

Egocentrismo?
- Não!
O umbigo é meu, as verdades são minhas, a vida é minha, não poderia cobrar mais de você do que de mim.

A vida é mais que isso,  vou me reconhecendo e entendendo nesse caminho.

Cristiane, peneirando a vida .