Chove lá fora, aqui a poeira abaixa.

Tenho apreendido a dar mais valor às variações climáticas, viver só de verão é utopia. A realidade é mais nua e mais crua que isso, aos poucos me acostumo com o lado nude da força!

Vivo de transições, difícil é aceitar as variações, mas me acostumo, talvez não tão facilmente quanto outras pessoas, mas sou dada à exercícios diários.

Tem um raio de sol insistente, tanto quanto eu, aqui na minha janela, não nos importamos com o esforço que temos que desprender, o foco é tentar e chegar!

Neutralidade não é o meu forte, mas não estranho essa força que trago, mesmo em momentos como este.

As palavras não jorram como antes, mas pingam, sinto gotas e gostas me invadirem, hora ou outra, transbordo, viro rio.

Tenho a nítida impressão que já estive aqui, nesse processo de oco interno, ou seria de preenchimento constante? O importante é não fazer deste, um lugar comum, posso vir de passagem, mas não desejo demarcar território.

Cartas na manga, de um cardigã palha, me auxiliam nesta estadia, lábios carmim, unhas tomate e olhos com auto brilho.

Não me julgue, se só hoje descobriu que eu não abro mão dos artifícios, são meus aliados, comparsas, amigos.

Algo de peculiar, acontece toda vez que eu olho no espelho, lá do outro lado vejo o que desejo, me agrada o meu côncavo e o meu convexo, quando menos espero, tem flores em meu caminho. O meu copo esta sempre, meio cheio.

Otimismo é parente próximo, domingo sim, domingo não, ele bate lá em casa, sem que eu esteja esperando. Costumo manter um vinho à 16 graus, uma caixa de amanditas, e uma manta laranja no sofá. Os bons merecem ser bem recebidos.


Sempre complexa e tão simples assim !

Cristiane, vivendo um momento nude!