quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O meu amor, não me cabe!



Minhas artérias inflam, meu corpo dilata, meus olhos chegam a esbugalhar.
Não sou recipiente suficiente, para o meu amor.

Chega à incomodar!
Expande, explode, desaba.

O meu amor, vaza de mim, transborda, inunda, deságua.
Sufoca, me afoga, nunca...nada!

É Tamanho, que gigantescamente não o acolho.
Tento represar, embalar, armazenar.
Estoco, embrulho, compactuo!

Vejo todas as tentativas sendo em vão.
Vejo parte dele indo pelo ralo, frestas, buracos, janelas, vãos.

Bate um desespero, de ver algo tão meu esvaindo-me.
Mas se não tenho como acomodar, seria egoísta massacra-lo.

Uma dualidade que transcende, minha vã realidade.
De longe diriam, eu sei, para não me preocupar.
De perto, diria eu, devolva o que é meu!

Egoísta de nascença com ascendente no egocentrismo, sofro com cada fagulha que se vai.
Me incomoda, saber que perco um tanto dele todos os dias.
Não me importaria de viver obesa de amor.


Cristiane, excedendo amor.

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