Aprendi com o florir das primaveras, que a cor da minha
pele, diz muito mais sobre mim, do que eu poderia aceitar, acatar, assumir.
Nasci com um sangue, onde a temperatura é de se alarmar.
Vivo quente, acima do aceitável e acatável para os padrões, que me impuseram.
Quanto mais dias eu via morrer, quanto mais vida eu via
nascer, mais eu entendia o porquê deste meu arder.
Precisei ir lá atrás para me informar, estudar, remexer,
achar um fio da meada, para conseguir esclarecer.
O peso, que esta minha melanina me trazia.
Foram muitas frustrações, agressões, revoltas e melancolias.
Até entender, até apreender, como me defenderia.
Aprendi a ter orgulho da minha etnia, dos meus cabelos, da
largura dos ossos da minha bacia.
Passei a me defender, com sabedoria, persistência,
relevância, força, fé e alegria.
Então, tudo foi ficando mais brando, não o racismo, esse foi
ficando mais maquiado.
Mas meu coração se aquietou, minha alma expandiu, meus
sentimentos afloraram.
Eu me aceitei, aflorei e me inclui.
Desenvolvi uma forma de reivindicar meus direitos, sem tirar
o direito do próximo.
Uso meu espaço nesse mundo, sem invadir o do outro.
Dou graças aos meus ancestrais, por toda a dor que passaram,
para que eu a transformasse hoje,
em amor.
Essa cor de pele, que tantas e tantas vezes, foi cortada por
uma chibata.
Hoje representa a evolução da minha raça, raça no melhor
sentido de força e coragem.
Hoje eu sambo segurando a ponta da saia, ganho meu pão com
um salto mais alto que meu ego, fico entre os meus solta, livre, nunca mais
escondida!
Cristiane, ainda africanizada.
Gonzaga, que sensibilidade, que coração á flor da pele você tem. Parabéns, ganhaste um seguidor. Bjs
ResponderExcluirVicente, seja bem vindo...
ResponderExcluirVocê tem um olhar sensível, isso sim!
Obrigada, por vir!
Sente-se, pegue uma cerveja e sinta-se em casa!
lindooo
ResponderExcluirCris, você é de casa! Obrigada
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