quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tecendo-me!




Surge, uma necessidade de sentar-me, em uma  poltrona bem torneada.
À frente de uma lareira, em uma sala bem decorada.
Servir-me de um chá inglês,  em uma xícara de porcelana bem lustrada.
Tecer à pontos largos, porém firmes, questões e sentimentos em mim, desfiados.

Tear apoiado nas pernas, cobertas por uma bela saia rodada.
Semblante pesado,  preocupado, introspectivo, focado.
Em pequenos goles de chá, que me fazem apenas molhar o batom claro nos lábios, sigo alinhavando métodos, táticas,  projetos, objetivos, desejos incontidos.

O cuidado para se estar com o dedal, a dificuldade em optar por determinadas linhas e agulhas, o esforço constante, para que um resultado condescendente  me chegue.
Fazem-me ainda mais atenta, feliz e satisfeita.
Dizem ao meu cérebro, gritam ao meu peito, que bordar e costurar é como se viver!

Há que se ter calma, preparar o ambiente, dar-se o melhor, para resultar-me no melhor.
Há que se fazer arremates, customizações, cortar, remendar, pregar, pinçar e quase sempre alargar.
Que minha vida, nada mais é que um tecido cru, onde eu transformo todos os dias, de acordo com a forma que sou e local onde vou e estou.
Hoje bailo, com um longo de corte godê.

Cristiane, em reforma.

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