segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Lá se foi o tempo, lá se vai meu pensamento...



Vai Janeiro, fez o que tinha que fazer.
Abriu os braços, para o ano se encaminhar, abriu as portas, comportas, crateras, feridas, corações.

Sei, sou só mais uma órfã, das tantas que se fizeram esse mês e todos os dias, mas incluir-me, dói em mim.

Vai, em paz, ficamos nós pobres mortais, à procura dela.
Leva, o que tiver que levar, deixa a esperança, de que tudo volte ao seu lugar.

Deixa fevereiro se achegar.
Nada manso, deixa entrar com tambores rufando.
Reco recos, gritando.
Frevo, pegando.
Axé, embalando.

Sem economizar nos confetes, nas serpentinas, abram alas!

Deixa esse povo sofrido, ir pra rua , desta vez, gritar de alegria.
Pular, dançar, cantar, fazem isso com maestria.

Quero ver esse povo soltar os bichos, o riso, respirar com alívio.

Quero vê-los com novas fantasias, ainda que com os mesmos instrumentos, quero ver blocos na rua, sambas enredos fantásticos, baianas com saias bem rodadas, um povo, sempre cantando e com as mãos levantadas.

Vai Janeiro, vai, levou o que tinha que levar, diga a Fevereiro que traga esperança para o nosso olhar.


Cristiane, sofrida.

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