terça-feira, 29 de julho de 2014

Logo, logo...


Logo eu, que sempre quis e precisei...
Estar aprisionado, acorrentado.

Logo eu, que jamais pensei em verificar o cadeado.
Que nunca me mexi muito, com medo de ser liberta.

Logo eu, que me abstive de qualquer questionamentos.
Estar preso era convicção, jamais imposição.

Logo eu, que me acostumei fácil com esse cativeiro.
Que fazia dele, meu oxigênio.

Logo eu, que implorei por não ter direitos.
Estar em você, ter-te em meu leito, era meu sustento.

Logo eu, que sem você, não me reconheço.
Que sem seus mandos e desmandos, não valho nada, não tenho preço.

Logo eu, tão adaptado à esse sentimento, à esse cabresto.
Me vejo, forçada à dar um basta, no que pra mim, nunca foi lamento.

Cristiane, só traduzindo o alheio.


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